Advogado-geral da União é o favorito dentro do Planalto para suceder Luís Roberto Barroso; presidente articula apoio no Senado com Davi Alcolumbre
Por Sandra Venancio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve oficializar nos próximos dias a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) após a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, Messias é o nome mais bem-posicionado dentro do Palácio do Planalto e conta com apoio de ministros e lideranças políticas próximas ao presidente.
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Lula deve comunicar sua decisão ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), entre esta segunda e terça-feira (20 e 21), antes de embarcar para viagem internacional. Alcolumbre é peça central no processo, já que caberá ao Senado conduzir a sabatina e votar a aprovação do indicado.
Expectativa de anúncio ainda em outubro
A intenção do Planalto é anunciar o nome até o fim de outubro, permitindo que o Senado tenha tempo hábil para realizar a sabatina antes do recesso parlamentar. A escolha é considerada estratégica por Lula, pois o novo ministro terá papel decisivo no equilíbrio interno do STF e nas relações entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Nos bastidores, Messias é visto como o candidato mais alinhado ao governo e com trânsito político consolidado no Senado, o que aumenta as chances de aprovação rápida. Aliados lembram ainda que o advogado-geral da União tem perfil técnico e postura discreta, características valorizadas por Lula no momento em que o governo busca reduzir tensões com o Judiciário.
Encontro com Barroso e definição dos nomes
A movimentação em torno da sucessão no Supremo ganhou força após um jantar reservado entre Lula e Barroso na última sexta-feira (17), no Palácio da Alvorada. De acordo com O Globo, o encontro teve como principal pauta a escolha do novo ministro do STF.
Durante a conversa, Lula teria citado três nomes em avaliação: Jorge Messias, o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas.
Fontes próximas ao encontro afirmam que Barroso evitou declarar apoio a um nome específico, mas elogiou os três, classificando-os como “qualificados e experientes”. O jantar ocorreu sem a presença de outros ministros da Corte, sinalizando o caráter reservado das tratativas.
Articulação política
Dentro do Congresso, Alcolumbre já se movimenta para garantir uma sabatina tranquila. Parlamentares próximos ao presidente da CCJ indicam que a base governista tende a fechar questão em torno de Messias, caso o nome seja confirmado oficialmente.
A indicação de Jorge Messias, conhecido entre aliados como “Bessias” — apelido que ganhou notoriedade nos bastidores políticos durante o governo Dilma Rousseff —, marcaria a terceira nomeação de Lula ao STF em seu atual mandato e consolidaria uma maioria progressista na Corte.
O anúncio oficial deve ocorrer antes da viagem internacional do presidente, prevista para o fim desta semana, encerrando um dos processos de escolha mais aguardados do cenário político e jurídico de 2025.