Estado já soma seis municípios em situação de emergência, mais de 130 desalojados e danos em 33 localidades; região Sul enfrenta nova sequência de tempestades severas
Uma sequência de tempestades intensas desde sábado provocou alagamentos generalizados em Santa Catarina, levou seis cidades a decretarem emergência e expôs novamente a vulnerabilidade do estado diante de eventos climáticos extremos, que também atingiram Rio Grande do Sul e Paraná.
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Os temporais que avançaram pelo Norte e Vale do Itajaí transformaram ruas em rios e deixaram dezenas de casas totalmente submersas. Levantamentos preliminares da Defesa Civil apontam 33 municípios com algum tipo de dano e ao menos 130 moradores obrigados a deixar suas residências. Em algumas regiões, a chuva acumulada em menos de um dia superou o volume previsto para toda a semana.

O cenário mais crítico foi registrado em Luiz Alves, no Vale do Itajaí, onde bairros inteiros ficaram isolados após o transbordamento de cursos d’água. A cidade teve o maior volume de precipitação, suficiente para provocar enxurradas repentinas que arrastaram móveis, bloquearam estradas e deixaram propriedades rurais submersas. Até animais de grande porte, como bois, ficaram ilhados em áreas alagadas. Diante da extensão dos estragos, o município suspendeu as aulas por dois dias e abriu abrigo temporário para famílias desalojadas.
Além de Luiz Alves, decretaram emergência São João do Itaperiú, Balneário Barra do Sul, Petrolândia, Lontras e Ibirama. A Defesa Civil admite que o número pode aumentar à medida que equipes conseguem acessar áreas isoladas e consolidar os levantamentos de campo. A visita do governador Jorginho Mello está prevista para esta terça-feira, com a promessa de liberar apoio adicional para as prefeituras.
Os impactos não se limitaram a Santa Catarina. No Paraná, moradores de Guarapuava relataram queda de granizo de grande porte, suficiente para perfurar telhados e danificar veículos. No Rio Grande do Sul, Erechim registrou mais de 150 feridos após uma tempestade com pedras de gelo atingir a região em poucos minutos.
Em Santa Catarina, cidades de diferentes regiões enfrentaram episódios simultâneos de granizo e chuva intensa. Municípios do Oeste, do Vale do Itajaí, do Norte e da Grande Florianópolis contabilizam janelas estilhaçadas, lavouras destruídas e postes derrubados. Joinville, no Norte, registrou pontos de inundação e interdições em vias durante toda a segunda-feira.
Meteorologistas observam que o padrão de instabilidade se tornou mais frequente desde outubro, com sistemas de baixa pressão sucessivos e condições atmosféricas que intensificam a formação de tempestades severas. Especialistas também reforçam que áreas urbanas expandidas sem drenagem adequada tornam os impactos mais graves.
A Defesa Civil alerta que o risco permanece elevado, especialmente para deslizamentos e novas enxurradas em regiões já saturadas de água. A recomendação é evitar trânsito em áreas alagadas e buscar abrigo seguro durante rajadas de vento, mantendo distância de janelas, árvores, fiações e estruturas metálicas.
Chuvas intensas
- Balneário Barra do Sul – Norte
- Ilhota – Vale do Itajaí
- Luiz Alves – Vale do Itajaí
- Massaranduba – Norte
- São Francisco do Sul – Norte
- São João do Itaperiú – Norte
Vale do Itajaí
Levantamentos recentes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostram que o Vale do Itajaí concentra algumas das maiores taxas de suscetibilidade a enxurradas rápidas no país devido à combinação de relevo íngreme, adensamento urbano e rios de resposta acelerada. Estudos publicados entre 2023 e 2025 indicam aumento na frequência de episódios extremos na região Sul, tendência associada ao aquecimento do Atlântico e ao fortalecimento de sistemas convectivos de grande escala.




