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sexta-feira, setembro 20, 2024

Biólogo retrata a vida em contos

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A arte de contar histórias emociona a humanidade desde os primeiros tempos, seja feita por palavras, seja por qualquer outra forma de comunicar. Porém, alguns escritores não se limitam apenas a esse dom artístico. É nesse contexto que a observação e a imaginação caminham juntas na hora de se criar ou simplesmente inventar uma história.

Um “inventador de histórias”: é assim que o escritor Paulo José Marinho se define. Seu segundo livro, Convite para Dançar, lançado pela da editora Scortecci, comprova toda sua capacidade artística. Diferentes variedades de cores e sons oferecem um ritmo agradável à narrativa, fazendo ao leitor um convite à leitura. Um impulso poético de um apaixonado pelas letras.

Na obra, treze capítulos, entre contos e narrativas curtas, relatam diferentes situações do cotidiano. Alguns deles podem, de fato, ser fruto da imaginação do autor. Outros, muito provavelmente, retratam situações vividas por esse biólogo nascido em Bragança Paulista/SP, que após sua chegada a São Paulo teve, em sua adolescência, um contato íntimo com as letras ao trabalhar em uma livraria.

Comparar o livro a um grande baile não é um exagero. Com forte estilo descritivo, marcante em toda a obra, a leitura nos remete a uma reunião onde as pessoas estão em contato com diferentes situações. Abusando da precisão e com cuidado especial, Marinho traz aos olhos de quem lê personagens complexos, redondos e planos, assim como paisagens, partindo do bucolismo interiorano dos primeiros capítulos à imensidão de uma grande cidade, conforme a leitura vai caminhando.

A habilidade do autor em detalhar não resulta em um texto de difícil compreensão. Pelo contrário, a linguagem utilizada em todo o livro consegue conciliar temas complexos com uma redação simples e direta. Conteúdo profundo, comovente e formato livre de qualquer tipo de ostentação.

Dentre os temas abordados, podemos destacar o homem se relacionando com a natureza (em Menino Bonito), o misticismo (Travessia) e as questões políticas e históricas, como o holocausto e ditadura militar, presentes em Dona Frida. Mas outros temas também são explorados, como a aceitação do outro, a família, a mudança, as crendices e a fragilidade humana.

Quanto à forma, a narrativa é direta, explorando regionalismos e se aproveitando de expressões interioranas, como “Cruz-Credo”, “Domingava o domingo” e “Lerdo-Lerdoso”.

Elaborado com a paixão da escrita, Convite para Dançar encanta pela forma com que Marinho redige o texto, emocionando sem se tornar piegas, como uma bela música para bailar.

Convite para Dançar
Paulo José Marinho
Classificação: Contos Brasileiros, Contos Regionais
Ed. Scortecci
168 páginas – 14 X 21 cm

Um convite à leitura

Treze belas histórias conduzem os leitores a um mundo onírico de temas profundos, pela sutileza e simplicidade da escrita de Paulo José Marinho. Convite para Dançar é, antes de tudo, um livro de contos na qual questões como religiosidade, amor, mudança e família se entrelaçam com riqueza de detalhes, revelando a sensibilidade singular deste “inventador de histórias.”

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