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Transplantes aumentam 44% em seis anos

Data:

Dados do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde revelam que o número de transplantes no Brasil aumentou em 44%, em seis anos. De 56,41 transplantes/milhão de habitantes em 2001, houve um incremento para 81,09 transplantes/milhão de habitantes em 2007. Embora as estatísticas sejam otimistas quanto aos procedimentos, o país ainda precisa melhorar no quesito doação, considerado fundamental para o sistema continuar em ascensão.

“Estamos entre os três maiores do mundo em número total de transplantes, mas não em captação de órgãos. Depois de um processo de apagão que durou quatro anos chegamos a 6,2 doadores /milhão de habitantes em 2007 e a intenção é alcançarmos 10 /milhão de habitantes em quatro anos A Espanha, considerada referência mundial em número de doadores, têm 35/milhão de habitantes”, afirma o coordenador nacional do Sistema de Transplantes Abrahão Salomão Filho.

Para alcançar esse número o ministério está fazendo campanhas, reuniões com as câmaras técnicas dos estados e municípios e também pretende comprar aparelhos que são utilizados para fazer o diagnóstico de morte encefálica, chamado doppler Transcraniano.
Expansão

A expansão aconteceu principalmente nos estados do Norte e Nordeste do país. Se em 1998, o Nordeste representava 8% do total de transplantes realizados no Brasil, em 2007 representa 13,8%. A região Norte, que representava 0,02% do total em 1998, hoje representa 1,44%. Maranhão que em 1998 não havia feito nenhuma cirurgia, em 2008 realizou 95. O Pará que começou com um transplante em 1998, fez 117 no ano de 2007. São 559 hospitais no país autorizados a fazer o procedimento.

Ainda que a expansão tenha sido grande, estados como Tocantins, Roraima e Amapá ainda não oferecem o serviço. Tocantins e Amapá já se articularam para oferecer, mas o processo ainda está em andamento. Acre e Rondônia passaram a disponibilizar o procedimento em 2006. O Acre faz cirurgias de rim e Rondônia de córnea.

Estados que fazem mais transplantes

São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul são os estados que mais fizeram o procedimento no país em 2007, se considerada a população de cada um. Os hospitais do estado de São Paulo fizeram 178 transplantes/milhão de habitantes, seguido do Paraná, com 119 transplantes/milhão de habitantes e do Mato Grosso do Sul com 100 transplantes/milhão de habitantes.

Dentre os transplantes mais realizados nos três estados em 2007 está o de córnea. ”Isso porque o procedimento é mais simples. O paciente não precisa ficar internado. A córnea não é rejeitada e ela pode ser captada em casos de morte encefálica e por parada cardíaca”, explica o coordenador. O segundo tipo de transplante mais realizado pelo SUS é o rim. Pois nesse caso o doador pode estar vivo.

Quando observados os números absolutos, Minas Gerais faz mais transplante que o Mato Grosso do Sul, mas isso não deve ser levado em conta isoladamente. “É preciso levar em consideração a população de cada estado, caso contrário a estatística não é fiel. Nem sempre o que faz mais transplante, também faz muito em relação ao tamanho da sua população”, explica Salomão.

Fila de espera

O órgão mais aguardado na lista de espera é o rim com 34.108 pessoas em dezembro de 2007. Em segundo lugar, a córnea com 24.611 indivíduos. E em terceiro o fígado, com 6.452 cidadãos.

Segundo o coordenador, são obedecidos alguns critérios para a doação. Por exemplo, no caso do fígado é o paciente em estado mais grave que recebe primeiro. Para o transplante de rim, é preciso ver a compatibilidade e o fator antígeno leucocitário humano (HLA) – ligado à rejeição. No caso de receptores de coração e pulmão são observados a compatibilidade anatômica. O receptor e o doador devem ter portes semelhantes (peso e tamanho), além do tipo sangüíneo compatível. Recebe córnea quem tem mais tempo de espera.

De todos os órgãos, o rim é considerado o mais sujeito à rejeição. O menos sujeito é a córnea que por ser um tecido passa por um processamento e não possui redes de vasos que conectem doador e receptor e, portanto, não há contato entre a informação genética dos dois.

Outra curiosidade é que mulheres que já tiveram filhos têm mais chances de sofrer rejeição no transplante que mulheres sem herdeiros. Isso porque pelo corpo das que são mães já circulou outro sangue (o do bebê), o que aumenta as chances de rejeição.

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