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domingo, novembro 10, 2024

Cafeína melhora desempenho de atleta em altitudes elevadas

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cafeina_atletaatletA cafeína melhora em 12% o desempenho de atletas em altitudes elevadas. É o que aponta a pesquisa de mestrado apresentada, em janeiro último, na Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp. O autor do estudo, o educador físico Bruno de Paula Caraça Smirmaul, orientado pelo professor Antonio Carlos de Moraes e coorientado pelo professor Samuele Marcora, realizou testes com sete voluntários com resultados que sugerem que o efeito da cafeína é potencializado nos esportes de altitude. “Já é consenso na literatura que a cafeína melhora muito o desempenho aeróbio de esportistas no nível do mar. Porém, é pouco estudado se a substância seria indicada para quem pratica esportes em altitudes elevadas”, explica Smirmaul.

Os testes foram realizados nos laboratórios da Universidade de Kent, durante período de estudos na Inglaterra. Segundo ele, só duas pesquisas anteriores à dele mostram este aspecto sem, no entanto, esclarecer sobre os mecanismos que levam a cafeína a ser tão eficaz, particularmente em altitude, em que a fadiga muscular ocorre de forma mais rápida.

Desde 2004, a substância foi liberada pela Agência Mundial Antidoping e, no entanto, persistem dúvidas quanto à sua utilização. Smirmaul relata que muitos atletas ainda desconhecem a liberação, e acabam não fazendo uso da cafeína para incrementar os resultados do seu esforço. Ele recomenda que os praticantes de esportes como, por exemplo, corrida, escalada e futebol, quando estiverem em altitudes elevadas, façam a ingestão da substância para um efeito benéfico.

Os sete voluntários do estudo se submeteram a exercícios em uma bicicleta ergométrica e, a partir de um equipamento que reduz a fração de oxigênio, foi realizada a simulação de uma altitude equivalente a 2.500 metros do nível do mar. “Desta forma, pudemos mensurar diversos parâmetros como fadiga periférica e central, frequência cardíaca, saturação de oxigênio, lactato e, até mesmo, oxigenação cerebral para entender o mecanismo pelo qual a cafeína melhora o desempenho dos indivíduos”, esclarece.

A pesquisa comparou o efeito da ingestão de cafeína e de placebo, mas os voluntários não tinham conhecimento quando estavam ingerindo um ou outro. Com isso, foi possível perceber que a cafeína diminuiu substancialmente a sensação de fadiga e a percepção de esforço dos sujeitos e melhorou parâmetros neuromusculares durante os exercícios.

 

Engenheiro adapta sistema para otimização de obras

 

O engenheiro Sergio da Silva Lacerda se valeu de sua experiência de sete anos na gestão de obras na Prefeitura da Unicamp para adaptar uma ferramenta já existente e utilizada por montadoras de veículos, denominada “Lean Thinking”, para a área de construção civil. O Mapeamento de Fluxo de Valor, parte do conjunto de metodologias do Sistema Toyota de Produção, auxilia na otimização da gestão de processos tanto operacionais, quanto administrativos em reformas e construções em universidades públicas, diminuindo, assim, desperdício de material, mão de obra e tempo. “As universidades públicas cada vez mais investem em obras de construções para a expansão física. Neste sentido, a gestão de processos que otimizem as ações são necessárias para se evitar desperdícios e questionamentos do Tribunal de Contas da União”, destaca Lacerda, que apresentou dissertação de mestrado contendo as suas propostas na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC).

Sérgio Lacerda foi orientado pelo professor Flávio Augusto Pichi e atualmente é Diretor da Divisão de Engenharia do Hospital das Clinicas da Unicamp, mas realizou o estudo de caso referente à fase de pré-construção composta pelas etapas de Planejamento, Projeto e Documentação, enquanto exercia suas atividades na Coordenadoria de Projetos e Obras da Universidade (CPO). Ele tomou uma determinada situação e realizou o mapeamento do estado atual, uma espécie de diagnóstico em que constatou os problemas e onde estavam as principais dificuldades a serem vencidas. Num segundo momento, Lacerda realizou a projeção da situação futura, baseada na ferramenta proposta. “Identifiquei, principalmente, as questões relativas aos retrabalhos e desperdícios de tempo na fase estudada em que se verificou uma demora para conclusão de 966 dias. Pelo estudo, conseguiria, por exemplo, uma redução de 1/2 do tempo, caso se optasse pela implementação das melhorias sugeridas”.

Um exemplo utilizado na pesquisa para a otimização dos serviços foi a célula de trabalho, ou seja, o fluxo dentro da CPO. Como muitas áreas envolvidas no processo são separadas hierárquica e fisicamente, foi necessário um estudo para que se eliminassem etapas que não agregariam nenhum tipo de valor e que se criasse um fluxo contínuo, considerando o controle mínimo de qualidade. Segundo Lacerda, o grande ponto do conceito de Mapeamento de Fluxo de Valor é a oposição à produção em massa. O andamento da construção é avaliado a cada etapa e, quando detectado um problema, é solucionado antes que se tenha uma continuidade. “Tudo isso apenas com um lápis e papel, sem softwares ou modelos complexos”, afirma Sérgio Lacerda. (R.C.S.)

Estudo busca alternativa a simulante alimentício

Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) dá o primeiro passo em busca de alternativas para simulantes alimentícios utilizados em ensaios para verificar segurança de alimentos acondicionados em folhas de flandres. O uso de simulantes alimentícios, segundo a engenheira de alimentos Bianca de Oliveira Pelici, por apresentarem composição química mais simples que o alimento é fundamental em análises, pois representam os alimentos e permite reduzir os custos dos procedimentos.

Nas pesquisas em laboratório, o uso de simulantes leva a compreender os processos de interação entre o alimento e a embalagem, que pode causar tanto alterações sensoriais ao produto acondicionado, como a contaminação por conta do material usado. Na bancada, é possível perceber, por exemplo, em que grau pode ocorrer a liberação de metais da embalagem para o alimento e apontar se o revestimento interno protege ou não a folha de flandres da “corrosão”.

O estudo multidisciplinar, realizado em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), teve como objetivo encontrar uma alternativa ao ácido acético, a substância indicada pela legislação brasileira como adequada para a realização de simulações dos alimentos ácidos, em especial. “Resolvi investigar duas alternativas para substituição do ácido acético e, com isso, encontrar meios alternativos para as análises de acordo com a classe de alimentos ácidos”, esclarece Bianca.

A engenheira de alimentos realizou os ensaios com quinze soluções de ácido cítrico, málico e acético em diversas concentrações e pHs e conseguiu dados ainda não descritos em nenhum outro estudo no Brasil. Para sua surpresa, o ácido acético que seria o mais indicado pela legislação brasileira foi a substância menos agressiva em intensidade de corrosão e o ácido cítrico foi o mais agressivo. O ácido málico se mostrou intermediário. Ou seja, cada ácido apresentou respostas e comportamentos diferenciados, o que quer dizer que o ácido acético, nas concentrações e pHs estudados, não seria o simulante mais adequado para ser utilizado nos testes.

A pesquisa de mestrado foi orientada pela professora Célia Marina de Alvarenga Freire e teve a colaboração da pesquisadora Jozeti Gatti do Centro de Tecnologia de Embalagens de Alimentos do Ital, da professora Margarita Ballester, professora aposentada do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp e dos professores Maria Teresa de A. Freire, Gelson A. Conceição e Eliana S, Kamimura, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP.

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