Sousas tem vivido situação de guerra. Desde a recente inauguração do supermercado Kushi, (em prédio novo ao lado do Banco do Brasil), no distrito pode-se observar uma guerra entre supermercados.
Duas vezes por semana aparecem pelas ruas do distrito aquele “carro-grito”. Ele se move lentamente, percorre rua por rua e vai gritando as tremendas vantagens do supermercado Galassi ou, logo depois, gritando as incríveis facilidades do Kushi, É um incômodo, ruído que transtorna. Nós, moradores, ficamos rezando e torcendo pra ele andar logo, expectativa de que a gritaria passe:- num passa não!. Ele é lento, seu objetivo é perfurar os tímpanos. O jeito é fazer ironia, levar no bom humor.
Cada um deles grita 5 ou 6 “produto super barato”. É uma isca. Tenta funcionar como chamariz:- o cliente vai ser atraído pelo preço destes produtos em oferta e, indo ao supermercado, “cai na rede” e compra. Compra mais coisas. Isso, justamente, deve ser pesquisado:- como tem sido o valor (e o preço) em Sousas?. Em janeiro e fevereiro de 2006 este Jornal Local fez uma pesquisa sobre preços; comparamos preços de Campinas com preços em Sousas. Constatamos que, em media, o comercio de Sousas é 10 ou 15 por cento mais caro que em Campinas. O pãozinho, um kilo de cimento, o litro da gasolina, um pacote de macarrão, a diária de um mestre-de-obras, um caderno escolar…comparamos:- o comércio Sousas “vale mais”.
O supermercado que anuncia ofertas através de folheto ou propaganda escrita faz uma espécie de contrato com o cliente; isto é, o comprador vai ao supermercado com um folheto de promoções, observa preços e pode comparar. Há uma lista de sugestões que o PROCON disponibiliza: por exemplo, mostra preços do material escolar básico. Diferente disso é o “carro-grito” . O supermercado não se compromete por escrito, mas apenas faz poluição sonora.
Tempo de luto, em Sousas. De luto, isso mesmo.
Na edição do Jornal Local de julho de 2006 este observatório escreveu AS PRAÇAS DE SOUSAS. Era observação sobre a desocupação delas. Notamos que não havia proposta cultural, nenhuma iniciativa para lazer e cultura. Percebemos que havia “ocupantes” na praça Beira-Rio:- o Paraná, o Lula, o Tonhão, o Ailton… o João-minêro e outros. Amistosos, prestando algum servicinho pediam “um trocado”.
Recentemente pudemos observar que estes freqüentadores sumiram. Várias pessoas perguntando:- PRA ONDE FORAM AQUELE FREQUENTADORES da Praça?. Eu não sabia e nem tempo tive pra correr atrás de noticia. A notícia chegou:- três deles faleceram!. Complicação hepática. E um está internado, fazendo tratamento.
As praças continuam sem proposta cultural. Ficaram mais vazias ainda. Nenhum sousense repara (já se acostumou?) na ausência de proposta cultura pública. Alguns sousenses (caridosos!) notaram a ausência daqueles freqüentadores. Por eles houve luto?. Algum alguém notou, determinada tarde, um diferente dobrar dos sinos?. Por eles dobram os sinos.
E quanto à cultura pública, nas praças?. Peço ao(à) Leitor(a) que re-leia aquela noticia, de julho e confirme:- não havia e não há proposta!. Também não há luto. Por que?. Porque existe a luta cultural. Como?. Persistem trabalhos. Por exemplo: o Bloco “Unidos do Candinho” ensaia nesta Quinta feira, dia 8, no Convivência (no Sanatório) e dia 10/02, Sábado, a partir de 14 horas se organiza para celebrar o Carnaval das marchinhas, memória dos Carnavais. Além disso, tem o Carnaval dos Bonecões em Joaquim Egídio. São exemplos de persistente luta cultural. A cada noite precisamos de poetas e artistas!. Para compreender o dia. Trechinho do bloco Bonecões, de Joaquim Egídio. (do Sebastian Marques). Ta todo mundo convidado:- é preciso enfrentar o luto!. Vamos às ruas e praças!. .
Guerra de supermercados!
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