Fazia tempo que a cidade de Campinas não respirava clima de decisão para conquistar algum título. Os últimos confrontos envolvendo Ponte e Guarani foram para fugir do rebaixamento. O dia do primeiro jogo entre Ponte e Palmeiras, domingo 27 de abril, foi muito diferente dos demais. A cidade acordou agitada ou nem dormiu de agitação. Logo cedo, carreada pelas ruas, com os carros buzinando e desfraldando as bandeiras da macaca. O fato de jogar pela primeira vez uma decisão em casa, alimentava no torcedor a possibilidade da Ponte vencer e até por um placar confortável. O retrospecto do time em jogos no Majestoso era muito bom, apenas uma derrota neste Paulistão, até então. Todos os ingressos vendidos em apenas um dia!. O adversário, o Palmeiras, apesar de ser um dos grandes de São Paulo e viver uma fase boa e ainda ter no comando Vanderlei Luxemburgo, competente como poucos, foi o único time da capital que perdeu títulos para equipes do interior. Em 78 perdeu o Brasileiro para o Guarani, e em 86 o Paulista para a Internacional de Limeira. Esses detalhes aliados a uma euforia natural que brota da paixão alucinante da torcida pontepretana, tornaram o domingo muito interessante. Todos torciam. Até os bugrinos, contra claro, com raras exceções. O estádio Moisés Lucarelli que já recebera várias autoridades políticas em dia de jogos, sentia-se mais importante, porque de novo, isso iria acontecer. Neste domingo, o ministro dos esportes, Orlando Silva, estava presente acompanhado do prefeito Dr. Hélio, e outras autoridades. A movimentação antes da partida foi intensa. A Polícia foi fantástica. Tudo transcorreu com tranqüilidade, e a cidade deu mostras de que pode receber eventos como este, ou muito maiores, como é pretensão em relação à Copa do Mundo. Quem dera vivêssemos com freqüência maior este clima, com a Ponte e o Guarani, como já ocorrera no passado. Ganhar, chega a ser um detalhe, diante da grandiosidade que é disputar uma final. O Brasil inteiro falou da Ponte e vai falar até o último jogo. Campinas esteve em destaque. O comércio e a imprensa valorizaram o futebol da cidade, que voltou a ser o destaque. O Guarani foi lembrado pelas suas conquistas, porque não se pode falar de um time em Campinas, sem compará-lo, ao outro. A Ponte resgatou, neste início de 2008, a dignidade do futebol da cidade.
E quanto ao jogo em si? Permita-me lembrar aqui uma frase do grande José Maria, o Pepe, ex-brilhante jogador do Santos, que sempre nos encantou com suas histórias e tiradas. – “O futebol é maravilhoso, o que estraga é o jogo”. A Ponte perdeu a primeira.
Um abraço e boa sorte!
Obrigado, Ponte!
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