As doenças mais frequentes da tireóide são o hipotireoidismo, quando a tireóide não produz em quantidade suficiente os hormônios T4 e T3, e os nódulos da tireóide, que em aproximadamente 5% dos casos são malignos. As duas situações afetam mais as mulheres (cerca de três a quatro vezes mais que homens).
No mundo todo, observa-se um aumento na incidência de nódulos e câncer da tireóide. A principal explicação é a realização cada vez mais comum da ultra-sonografia. “Como parte desses nódulos são malignos, também os casos de câncer aumentaram nas últimas décadas”, afirma o endocrinologista Pedro Weslley do Rosário, doutor em Clínica Médica pela Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, um dos participantes do XIII Encontro Brasileiro de Tireóide, que será realizado entre 22 e 25 de maio, em Campinas (SP).
Para o médico, o diagnóstico por imagem tem evoluído bastante, especialmente em nódulos e câncer de tireóide, mas indiscutivelmente as inovações estão na área de biologia molecular e genética e nas diversas doenças tireoidianas, hipotireoidismo congênito, nódulos, câncer, doença auto-imune. “Eles trazem perspectivas de facilitar o diagnóstico e individualizar os tratamentos”, explica.
Com relação ao tratamento do câncer de tireóide, o especialista destaca os estudos que mostram a eficácia do TSH recombinante na terapia ablativa e que garantem maior qualidade de vida ao paciente. A pessoa que tem câncer de tireóide tem a glândula retirada e por isso deve fazer a reposição hormonal continuamente. Acontece que em alguns casos permanecem algumas células tireoidianas normais ou tumorais, que têm de ser eliminadas por meio desse procedimento, a ablação.
“Para estas células captarem bem o radioiodo administrado para extinguí-las, o paciente deve ficar sem a reposição hormonal por um período de 30 a 40 dias, o que leva a um quadro de hipotireoidismo intenso. Com o TSH Recombinante, a reposição hormonal é mantida, evitando-se os sintomas do hipotireoidismo e preservando a qualidade de vida, além de diminuir outros riscos decorrentes do procedimento da ablação”, destaca.
O diagnóstico precoce das doenças da tireóide é essencial e alguns fatores externos, como exposição à radiação, carência ou excesso de iodo na dieta, estresse, tabagismo e até obesidade aumentam sua probabilidade. O auto-exame, feito por palpação, segundo o especialista, embora não identifique nódulos pequenos, que poderiam ser vistos na ultra-sonografia, ainda é um recurso simples e importante.
“A maioria dos nódulos descobertos apenas na ultra-sonografia permaneceriam sem crescimento e até regridiriam espontaneamente, sem causar problemas. Por isso, não se recomenda no paciente sem sintomas e com exame clínico normal, procurar nódulos com ultra-sonografia.”




