A Secretaria de Estado da Saúde fará a maior campanha de vacinação contra rubéola da história de São Paulo. A imunização em massa ocorrerá a partir de 9 de agosto, sábado, para 13,5 milhões de paulistas entre 20 e 39 anos de idade, o que representa 95% dos 14,2 milhões de pessoas nessa faixa etária no Estado. Na região de Campinas a meta é vacinar 1.302.115 homens e mulheres.
Homens e mulheres deverão procurar os postos de saúde até o dia 12 de setembro, das 8h às 17h (exceto finais de semana), para receber uma dose da vacina dupla viral, que protege também contra o sarampo. A vacina deve ser tomada mesmo que a pessoa já tenha recebido alguma dose anterior.
No dia 30 de agosto, um sábado, as unidades de saúde também estarão de plantão para imunizar os paulistas. Cerca de 15 mil postos fixos e volantes estarão à disposição da população. Haverá em torno de 57 mil profissionais de saúde e 4,3 mil carros envolvidos na operação.
A abertura da campanha contra a rubéola será realizada no mesmo dia da Campanha de Vacinação contra a Paralisia Infantil. O objetivo é aproveitar a data para imunizar os pais e responsáveis que levarem suas crianças menores de cinco anos aos postos.
Em 2007 foram registrados no Estado de São Paulo 1.659 casos de rubéola, dos quais 1.122 (68%) em homens, segundo balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), órgão da Secretaria. Foi o número mais alto da doença desde 2000, quando 2.566 paulistas contraíram a doença. Em 2006 foram 66 casos. De janeiro até a primeira quinzena de julho houve 403 notificações de rubéola no Estado, dos quais 254 em homens.
A incidência maior da doença entre homens é ainda mais acentuada na faixa entre 20 e 29 anos, responsável por 50,5% dos casos masculinos em 2007. Já os homens de 30 a 39 anos de idade responderam por 28,6% das ocorrências. Nas mulheres a incidência é similar dos 20 aos 39 anos, público-alvo da campanha.
Desde 2.000 a vacina contra a rubéola faz parte do calendário nacional de imunização e é aplicada gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A primeira dose deve ser tomada com 12 meses de vida, com reforço entre 4 e 6 anos de idade. A Secretaria também indica a vacinação para qualquer pessoa nascida a partir de 1960 que não tenha recebido nenhuma dose anterior, mas durante a campanha o foco serão apenas os que tiverem entre 20 e 39 anos de idade.
“Os casos de rubéola cresceram no país e no Estado. Precisamos virar o jogo e a vacina é a melhor forma de prevenção. Por isso esperamos que os paulistas compareçam em massa aos postos de saúde a partir de 9 de agosto para se proteger contra a doença”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.
A doença
A rubéola é uma doença infecciosa causada por vírus do gênero rubivirus e transmitida por secreções nasofaríngeas expelida pelo doente ao tossir, respirar, falar ou respirar. Os principais sintomas são febre baixa, manchas no corpo, dores articulares, conjuntivite, coriza e tosse.
Normalmente a rubéola é uma doença benigna, mas quando ocorre durante a gestação há o risco de Síndrome da Rubéola Congênita, que pode comprometer o desenvolvimento do feto e causar abortamento espontâneo, morte fetal e malformações congênitas como surdez, glaucoma, catarata e diabetes.
“O grande desafio desta campanha será imunizar a população masculina, que não costuma procurar os postos de saúde. Os homens contaminados pela rubéola podem transmitir o vírus para mulheres em idade gestacional, o que representa um grave perigo. Por isso é fundamental que homens e mulheres se protejam contra a doença tomando a vacina”, afirma Helena Sato, diretora de Imunização da Secretaria.
A vacina contra a rubéola não é indicada apenas para pessoas imunodeprimidas (em tratamento de câncer e Aids, por exemplo) e mulheres grávidas. As gestantes poderão ser imunizadas somente após o parto.