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domingo, julho 20, 2025

Antigo estudante do Colégio Tomás Alves faz sua graduação na USP

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Marcelo Marques da Silva, 25, é morador de Sousas. Ele cursou o ensino fundamental e médio no Colégio Tomás Alves, se formando no ano 2000. Oriundo de uma família de baixa renda, Marcelo precisou trabalhar após se formar para ajudar os pais a pagar as despesas da casa. Depois de muito esforço, hoje ele cursa Relações Internacionais na Universidade de São Paulo (USP).
Em 2004, Marcelo decidiu pela primeira vez fazer cursinho para tentar passar no vestibular. Conseguiu uma bolsa de estudos parcial no Colégio Objetivo. Com ajuda de sua mãe, ele cursou o ano letivo, mas não foi aprovado nem na primeira fase da FUVEST. Ele voltou a trabalhar e após juntar dinheiro, em 2006, decidiu tentar novamente o cursinho. Desta vez ele fez o curso pré-vestibular do Elite. “Como eu tinha um dinheiro guardado, pedi as contas do trabalho e me dediquei somente aos estudos”, conta Marcelo.
O estudante optou pelo curso de Relações Internacionais, o terceiro mais concorrido em 2006, ficando atrás apenas de Medicina e Engenharia Aeronáutica. Na primeira fase, passou com 64 pontos, a nota de corte exata. “Eu sabia que a segunda fase seria mais complicada devido a minha pontuação na primeira fase. Eu precisava me superar”. Marcelo decidiu estudar em casa, por conta própria.
Marcelo foi aprovado na segunda fase em trigésimo lugar, de sessenta vagas. “Eu fiquei surpreso quando fui aprovado. Tinha dificuldades em acompanhar meus colegas de cursinho que haviam tido uma melhor formação escolar do que eu. Além disso, fazia muito tempo que eu não estudava regularmente, precisava trabalhar”, conta.
Ele conta que escolheu cursar Relações Internacionais devido ao contexto mundial de transformações. “É uma profissão que tem muita importância”, conta.
As dificuldades foram inúmeras, segundo ele relata. “Havia matérias, como Língua Portuguesa, que não tínhamos professores para dar aulas. Outros estavam despreparados para responder nossas dúvidas”, diz Marcelo. Além disso, era difícil concorrer com os alunos de escola particular. Nos primeiros meses de cursinho, em 2006, ele estudava das 8 da manhã as 13 e trinta da tarde e trabalhava numa linha de produção chamada MDC das 14 às 22 horas. “Eu não tinha tempo de estudar, então pedi a conta”.
Marcelo começou a cursar a USP em 2007 e se forma em dezembro de 2010. Ele dá aulas de inglês na faculdade e em escolas particulares para se manter em São Paulo. Conseguiu também bolsa moradia e alimentação da própria universidade. Além disso, no primeiro ano, ganhou uma bolsa de R$250,00 para estudantes que tem boa pontuação no vestibular. “A bolsa FUVEST foi essencial para garantir minha estadia em São Paulo, se não fosse isso provavelmente não teria dinheiro para me manter estudando lá”, conta.
Para ele, sua grande motivação foi o apoio de seus pais e o sonho de proporcionar à sua família uma vida melhor. Além dos pais, quem muito o ajudou a persistir foram seus colegas e antigos professores, que segundo ele, acreditavam muito em seu potencial.
“O dinheiro não compra tudo. Você pode ter uma ótima formação em uma escola particular, pode ter pais que te dêem uma situação financeira mais tranqüila, mas quem estuda e vai lá fazer a prova é o aluno e neste caso não há distinção entre ricos e pobres. Pode ser mais fácil para uns e mais difícil para outros, mas não é impossível. A capacidade intelectual é a mesma”, conclui Marcelo.

Juliana Furtado

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