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sábado, dezembro 21, 2024

DESMETROPOLIZAÇÃO NO SÉCULO XXI

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Um novo formato delineia no espaço brasileiro. Os enchimentos dos grandes centros chegaram à exaustão. O processo da manutenção do individuo no espaço geográfico que nasceu começa a solidificar.

Sabemos que a mudança de espaço geográfico faz também mudança no comportamento.

O individuo recém chegado às metrópoles só se adaptam se imediatamente obtiverem resultados positivos o que é realmente muito difícil. Para isto precisa de tempo e preparação caso contrário sem infra estrutura nos meios urbanos o individuo é em potencial de alto risco para o meio social. O caso que até sem infra estrutura na sua cidade natal mantém o individuo uma pessoa integra e domesticada socialmente.

O período de trocar os cantos dos pássaros pelas sirenes dos carros policiais nas grandes metrópoles passou. Sabemos que aqui no interior não existe lugar melhor para viver o difícil aqui é sobreviver. Por isto cabe ao governo viabilizar os municípios economicamente dando condições mínimas de sobrevivências digna.

O caos urbano nos deixa em estado de alerta. Somos daqueles que não faz apologia da ignorância, pois assim fazendo estaremos mantendo a marmita da bóia fria cada dia mais vazia. Porém o sanduíche do Mcdonald tem que ser saciado com certa cautela, ou seja, o processo evolutivo civilizatório tem revelado o de que mais sombrio, sórdido e animalesco existe no ser humano, principalmente nos espaços metropolitano.

O homem violento tem dentro de si sua própria morte psicológica. E isto provoca uma reação natural ao seu próprio anonimato social. Passa a ser exibicionista e busca na valentia sua identidade marginal sacramentando o seu isolamento social.

Nas pequenas cidades existem uns reconhecimentos afetivos vindo da sensibilidade e não dos méritos e talentos tão comum nos grandes centros. Isto neutraliza seu potencial transgressor e o integra na sociedade como um cidadão adaptado aos ditames de uma sociedade harmônica e funcional.

O problema metropolitano não é só os desconfortos quilométricos dos engarrafamentos de trânsitos·, são mais do que isto o desconforto psicológico profundamente estigmatizado na alma do homem metropolitano.

O deposito dos grandes centros urbanos está cheio de dejetos de reajustes íntimos e contaminado por poluição de sofrimentos individuais. E isto tudo é uma derivação da aglomeração de seres humanos no mesmo espaço geográfico. O descentraliza velozmente o progresso ou seremos vitimas de feras sociais cada vez mais soltas agredindo o bom funcionamento de uma sociedade cada vez mais mórbida.

Sou favorável ao consumo e aos apelos publicitários tão evidentes nas metrópoles, pois cutuca e desperta no individuo seu progresso econômico. O individuo monótono e improdutivo adaptado ao cotidiano é substituído por seres humanos renováveis pelos sonhos de consumo. E esta provocação faz o individuo assumir cada vez mais desafios e agredir a realidade com mais intensidade. Por isto o homem urbano é mais realizável, porém devemos adicionar a isto uma intima paz interior geradora de calmaria vivencial capaz de fazer do ser humano continuar guerreiro sem ser transgressor do convívio social.

O conformismo é um mal, mas a busca desorganizada e frenética sem respaldo da ética nos retira o mérito da conquista.

O individuo metropolitano muda de cidade ou muda de filosofia. Busque olhar para céu ao anoitecer contemplando as estrelas ou será destruído pelos surrealismos dos grandes centros.

O caos espacial está sacramentado e insolúvel. O que resta é recuperar o homem urbano.

A civilização é um processo sempre em ascensão, mas junto com ela devemos ter nossa identidade preservada. A cultura metropolitana é de busca permanente, porém este processo deve manter nossa individualidade muitas vezes deteriorada pela imposição dos valores modernos e urbanos.

O homem contemporâneo e principalmente o metropolitano só têm tempo de lutar pelas coisas úteis, isto gera o excesso pragmatismo que quase sempre leva a superficialidade.

Não está havendo mais migração dos provincianos para as cidades cosmopolitas. A permanência do individuo em sua cidade natal é um instrumento da manutenção da ordem e uma conquista de remanso psicológico que desencadeia um processo de calmaria individual. Além das metrópoles não ser uma grande opção econômica mais se tornou inviável psicologicamente. Problemas que infesta o interior humano nascido do caos metropolitano vem transformando a vida do homem urbano em um inverno psicológico. Ter qualidade de vida parece ser o grande questionamento do homem contemporâneo e metropolitano. O negocio é conquistar menos, porém conquistando também a felicidade. Não só acumular patrimônio material, mas principalmente absorver abstratamente sensação sem preço de alivio existencial que sustenta a felicidade. E no interior a vida pesa menos, os sacrifícios são bem menores, apesar dos horizontes serem bem mais curtos.

JUAREZ ALVARENGA

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