O executivo moderno deve ter, além de um bom currículo, a habilidade de compreender como o seu mercado se comporta e a capacidade de se adaptar rapidamente às suas transformações. Só assim terá possibilidade de sobreviver num cenário de economia globalizada em que a rapidez nas decisões é diretamente proporcional à velocidade das informações.
Se pudéssemos elaborar um “Manual do Executivo Moderno”, seu primeiro capítulo seria “Como e quando procurar emprego”. Começa aí a habilidade de compreender o mercado, seus movimentos e antecipar-se a eles. A experiência de anos na seleção de executivos mostra que o simples fato de elaborar o currículo já dá indicações do perfil do profissional. Por meio dele, sabemos se o candidato é objetivo, estratégico, burocrático, etc.
Empresas de recrutamento e seleção de executivos recebem centenas de currículos por dia, e os consultores, por maior que seja sua boa vontade, não têm tempo hábil de lê-los integralmente. Assim, quem monta um calhamaço para falar da carreira profissional pode perder a chance de ser indicado a uma vaga simplesmente por falta de tempo do consultor.
Por isso, os currículos devem ser sucintos, diretos, materializando, em duas ou três folhas, o que o candidato tem de bom, suas habilidades, competências e seus objetivos, despertando a curiosidade e interesse do consultor. É importante mostrar em termos palpáveis o conhecimento do negócio e suas realizações. Assim, se o candidato é um profissional de vendas, por exemplo, é importante que ele mostre o que vendeu, que resultados alcançou, qual era a cota, quanto superou da cota, como fez para acessar o cliente, etc.
Estatísticas baseadas em dados obtidos no segmento industrial nos últimos cinco anos mostram que, em geral, há dois picos anuais de contratação: o primeiro no período de março/abril/maio, devido à natural expectativa de aquecimento da economia no começo do ano, e o segundo, em setembro/outubro, por conta da correção de rumo de projetos e da projeção de metas para o ano seguinte.
O executivo moderno tem também de saber quais qualidades o mercado procura para seus futuros colaboradores de acordo com o nível hierárquico a ser preenchido, e habilitar-se de alguma forma para desenvolvê-las. É interessante notar que, segundo demanda colhida nos mais significativos segmentos da indústria nos últimos cinco anos, existem qualidades que são tidas como indispensáveis em todos os níveis hierárquicos: ética, inteligência emocional, adaptabilidade ao ambiente e tenacidade.
Para as funções do topo da pirâmide corporativa – CEO, Comitês Gerenciais e Alta Gerência – as empresas buscam em seus futuros colaboradores habilidades de negociação, visão estratégica, liderança, capacidade de formar equipes, capacidade de delegação e incentivo dos subalternos, orientação a resultados, gerenciamento de mudanças e fluência em outros idiomas.
De posse desses dados, o profissional de qualquer ramo de atividade pode começar a elaborar a carreira na busca de uma primeira colocação, ou modificar seu rumo, no intuito de galgar patamares ainda não atingidos.
Como e quando o Executivo Moderno deve procurar emprego
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