Metade da população mundial tem menos de 24 anos de idade. Para eles, as opções são simples: trabalho e dignidade ou inanição e desespero.
Este fato não constitui um problema futuro e sim um desafio que já faz parte do cotidiano da vida no planeta, porque hoje existem 180 milhões de pessoas desempregadas e 550 milhões vivendo com menos de US$ 1 por dia.
Por isso, nos países em desenvolvimento, a questão central que move a vida política é saber se os governos serão capazes de garantir estabilidade política e econômica interna, promovendo crescimento suficiente para criar postos de trabalho digno para centenas de milhões de desempregados e subempregados.
No mundo desenvolvido, embora mais rico, os desafios não são desprezíveis: como a expectativa de vida é 50% maior que a dos habitantes dos países pobres, as despesas com cuidados médicos e programas de Seguro Social para atender maiores contingentes de idosos têm crescido rapidamente.
Ao par destes desafios, tensões de imensa gravidade se avolumam, como a pobreza crescente, má-nutrição infantil, a irrupção de endemias, a propagação da HIV/AIDS, o recrudescimento de doenças conhecidas para as quais já existe tratamento eficaz, como tuberculose e malária; o crescimento assustador (e o conseqüente poder) do dinheiro ilegal advindo do tráfico de drogas e armas, com suas desagregadoras conseqüências sociais e políticas; a exponencial degradação ambiental associada à escassez de água, ausência de saneamento e aumento do efeito estufa.
Estas tensões dificultam a cooperação internacional e acabam solapando a solidariedade e a paz mundial. E é este exatamente o ponto: como promover e incrementar a solidariedade e a paz mundial?
Um bilhão desses jovens precisarão de emprego na próxima década.
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