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quinta-feira, julho 3, 2025

Os jovens e o mercado de trabalho

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João Caramez*

Recente pesquisa feita e divulgada pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e pelo Instituto Polis aponta que 27% dos jovens residentes nas regiões metropolitanas do país não exercem nenhuma atividade profissional ou educacional. A pesquisa ouviu 8 mil jovens e se assemelha à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, feita em seis regiões metropolitanas do país em dezembro do ano passado, que apontou que 23% dos jovens entre 16 e 24 anos não estudam nem trabalham.

O quadro, apesar de gerar críticas dos pais desses jovens, que não raramente são taxados de vagabundos e vítimas de outros comentários nada gratificantes até de terceiros, nos mostra uma realidade bastante preocupante. Será que esses jovens estão nessa situação porque querem? Ou a procura por um primeiro emprego que exige experiência os afasta do mercado de trabalho? Foram esses jovens favorecidos por uma educação que lhes desse uma base para se inserirem no mercado de trabalho?

Depois de realizar a sua pesquisa, o próprio Ibase coordenou alguns grupos de discussão com 900 adolescentes, cuja principal queixa foi sobre a exigência de experiência para conseguirem um primeiro emprego. Mas como conseguir a experiência sem ter uma primeira chance?

Hoje, um dos únicos setores da economia que tem se destacado em oferecer o primeiro emprego para os jovens é o de call center. O segmento, além de empregar jovens sem experiência prévia, em sua maioria, também tem absorvido profissionais que desejam retornar ao mercado de trabalho.

Os primeiros resultados do estudo Global Call Center Industry Project, conduzido no Brasil pelo programa de Pós-Graduação da PUC/SP e pela Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), apresentam o setor como sendo um daqueles que vai continuar gerando empregos nesse ano. Segundo a pesquisa, 69% das empresas brasileiras de call center vão contratar mais empregados em 2006, sendo que apenas 6% delas pretendem reduzir seu quadro de funcionários.

Segundo números apurados pela ABT, durante o ano de 2005, 615 mil brasileiros estavam trabalhando em operações de call center próprias ou terceirizadas. Desse total, 45% eram pessoas com 18 a 25 anos, em seu primeiro emprego formal. Para este ano, o setor espera gerar mais de 60 mil vagas.

Está aí, então, uma porta aberta para esses jovens se inserirem no mercado de trabalho. Em recentes entrevistas na mídia, o próprio presidente da ABT, Topázio Silveira Neto, observou alguns requisitos básicos para os jovens ingressarem no segmento. Entre eles estão: desenvoltura na gestão de relacionamento com o consumidor, bons conhecimentos da língua portuguesa e abertura para trabalharem em equipe. Além disso, no próprio site da ABT (www.abt.org.br) há ofertas de cursos que preparam, minimamente, o jovem para atender às poucas exigências do setor.

O desafio agora é fazer essas informações chegarem a esses jovens. Eles precisam ao menos saber da existência dessa porta, que pode não solucionar o problema como um todo, mas pode minimizá-lo e abrir um caminho para o futuro.

*É deputado estadual pelo PSDB de São Paulo e ex-Chefe da Casa Civil dos governos Mário Covas e Geraldo Alckmin.

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