Bombardeio atinge Igreja da Sagrada Família em Gaza; padre argentino Gabriel Romanelli está entre os feridos, segundo Patriarcado Latino de Jerusalém
O Exército de Israel bombardeou nesta quinta-feira (17) a Igreja da Sagrada Família, única paróquia católica localizada na Cidade de Gaza. O ataque, confirmado pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, deixou pelo menos dois mortos e 11 feridos, incluindo o padre argentino Gabriel Romanelli, conhecido por seu trabalho humanitário e proximidade com o falecido papa Francisco.
O bombardeio atingiu um dos poucos espaços de acolhimento para civis cristãos na Faixa de Gaza, onde dezenas de pessoas estavam abrigadas desde o início da ofensiva militar israelense contra o Hamas, em outubro. A Igreja da Sagrada Família vinha servindo como local de refúgio para famílias deslocadas e doentes, sem acesso a abrigo ou tratamento médico em meio ao bloqueio e aos combates.
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De acordo com a agência Ansa, o ataque deixou duas pessoas mortas — fiéis que buscavam proteção dentro do complexo religioso — e ao menos 11 feridos, incluindo o pároco local, padre Gabriel Romanelli, de nacionalidade argentina. O sacerdote é uma figura respeitada entre líderes cristãos da região e tem histórico de diálogo com o Vaticano, sendo citado diversas vezes por fontes próximas ao papa Francisco.
O Patriarcado Latino de Jerusalém divulgou nota condenando o ataque e expressando profunda tristeza com a escalada da violência que atinge inclusive locais sagrados. “A Igreja da Sagrada Família tem sido um símbolo de paz em meio ao terror. Atacá-la é ferir também a humanidade e a fé de muitos”, afirma o comunicado oficial.
Fontes ligadas à Igreja relatam que o bombardeio teria atingido áreas residenciais dentro do complexo, inclusive quartos utilizados por mulheres e crianças. Imagens divulgadas por entidades católicas locais mostram danos estruturais à paróquia e às construções anexas.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza já deixou mais de 38 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, a maioria civis. Israel alega que suas ações visam desmantelar a estrutura do grupo fundamentalista após os ataques de 7 de outubro de 2023. No entanto, o uso indiscriminado da força em áreas civis tem sido amplamente criticado por entidades internacionais de direitos humanos e organizações religiosas.
O Vaticano ainda não se manifestou oficialmente sobre o ataque, mas membros do alto clero já demonstraram preocupação com o agravamento da situação humanitária na região. O papa Francisco, que tem feito reiterados apelos por cessar-fogo e negociações, deve se pronunciar nos próximos dias.
O episódio aprofunda a crise diplomática e religiosa causada pela guerra e reacende o alerta global sobre o desrespeito a espaços humanitários e religiosos em zonas de conflito.
Foto Divulgação Fotos Públicas