Os países do Brics defenderam, neste domingo (6), a renegociação das dívidas de economias de renda baixa e média, seguindo um mecanismo sugerido pelo G20 — grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.
A proposta foi incluída na Declaração de Líderes do Brics, documento assinado por todos os países membros e associados ao bloco, que vem ampliando sua atuação global desde a expansão recente. O objetivo é aliviar a pressão financeira sobre nações mais vulneráveis, que enfrentam desafios crescentes com dívidas externas em meio a crises econômicas, guerras e mudanças climáticas.
O mecanismo citado é o Quadro Comum para Tratamento da Dívida, lançado pelo G20 em 2020 para ajudar países com dificuldades de pagamento, especialmente em meio aos impactos da pandemia de Covid-19. No entanto, até agora, o instrumento tem avançado lentamente, com poucos acordos efetivos.
Alívio para países mais pobres
Na declaração, os líderes do Brics enfatizam a necessidade de tornar o processo de renegociação mais transparente, justo e inclusivo, com participação ativa de credores públicos e privados. Também defendem que os organismos multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, atuem para flexibilizar prazos e reduzir encargos.
Atualmente, dezenas de países de baixa renda — especialmente na África e em partes da Ásia — enfrentam risco de calote, o que limita investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
Nova força do Brics
O posicionamento sobre dívidas reforça o discurso do Brics como voz alternativa no cenário internacional, com foco em mais equilíbrio nas decisões econômicas globais. Desde o ano passado, o grupo ampliou sua composição com novos membros, como Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia, ganhando peso econômico e político.
A renegociação de dívidas de países vulneráveis é um dos pontos centrais de pauta para a próxima reunião do G20, que também discute reformas em bancos multilaterais de desenvolvimento e alternativas para ampliar o financiamento de ações climáticas.