Sob a direção de Rafael Santin, da Santin Filmes, cenas do longa-metragem independente serão rodadas até o próximo sábado (17/9) em diversos pontos da cidade. Elenco conta com 50 atores.
Campinas tem respirado a essência misteriosa, ofegante e de intrigas dos bons dramas policiais. Justificável: a cidade abriga, até o próximo sábado (17/9), as filmagens do longa-metragem independente O AR QUE A GENTE RESPIRA, da Santin Filmes, com direção e roteiro do cineasta campineiro Rafael Santin e produção de Lu Chagas.
O longa-metragem, em processo de pré-produção desde 2019, nasceu do fascínio de Santin pelos dramas de Michael Mann e John Cassavetes em um paralelo com personagens densos e psicológicos de clássicos da Sétima Arte, entre os quais os de Era uma vez no Oeste (1968), Os Implacáveis (1972) e À Prova da Morte (2007).
Na mesma sintonia, O AR QUE A GENTE RESPIRA traz à tona um dilema cruel: valores pessoais e profissionais colocados à prova durante a investigação de um assassinato. “Com a suspeita de novos homicídios, surge uma corrida contra o tempo para descobrir quem são os culpados do crime. Observar o ser humano nesse contexto violento é uma necessidade que precisa ser explorada. Os limites que os personagens vivem nessa trama expõem uma realidade que muitas vezes as pessoas não querem discutir. Afinal, o certo e o errado perdem o significado quando os valores são questionados”, provoca o diretor.
Para ambientar o drama policial, a produção escolheu a dedo pontos distintos da cidade, entre os quais o Largo do Café (Taquaral), o Colégio Pe. Júlio Chevalier (Vila Industrial), a Capela São Roque (Vila Industrial), um bar no Jardim Flamboyant, estradas da região do Distrito de Sousas, ruas dos bairros Monte Cristo e Jardim Miranda, prédios do Centro, além de um haras localizado no Distrito de Joaquim Egídio, um Laboratório de Química da Unicamp e a fachada histórica da Delegacia Seccional de Polícia de Campinas, na Avenida Andrade Neves.
Sobre a escolha do elenco, composto por aproximadamente 50 artistas, há um intercâmbio entre atores da Região Metropolitana de Campinas (RMC), como Priscila Junqueira, Douglas Chaves, Vic Vergamini, Nic Nilson e Ronaldo Santiago, e do cenário nacional, com destaque a Pedro Pauleey, Adriano Arbool, Carol Hubner, Alexandre Sean e Clovys Torres.
Que tal alguns spoilers sobre a trama? O ator Pedro Pauleey, intérprete do policial Adoniran, começa com alguns. “Por ser leal e focado no trabalho, o Adoniran não quer se prejudicar, nem que o mesmo aconteça com o seu parceiro de trabalho. Contudo, eles estão vivendo um turbilhão de acontecimentos que os deixam cada vez mais encurralados. Ele tem a esperança de que tudo se resolva, mas há muitas intrigas envolvendo os crimes. Há um grande clima de tensão, tudo é trabalhado no limite e ele se vê com a corda no pescoço”, revela o ator.
Nesse mesmo contexto, a atriz Carol Hubner, que vive a policial Cal, afirma que sua personagem representa a força feminina e a idoneidade. “Ela acredita e defende o órgão em que trabalha e, por conta disso, ser investigadora da Polícia Civil não é apenas um trabalho, é a sua missão de vida. Descobrir a verdade, manter a ordem em sua cidade e colocar os corruptos na cadeia se tornam o seu objetivo de vida”, destaca a atriz.
Com parte do orçamento contemplada pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), a partir do edital Expresso Direto – Artes Visuais, O AR QUE A GENTE RESPIRA conta com apoio de diversos empresários da região. “Fazer cinema independente é um grande desafio, mas, como dizia Cacá Diegues, um dos maiores nomes do cinema nacional: ‘quando faltam recursos financeiros, a criatividade precisa estar aflorada para conseguir realizar a produção de uma obra’, e essa é a mais pura verdade. O nosso filme não foge à regra! Aqui temos muita garra, coragem, criatividade, reinvenção e parcerias”, destaca a produtora Lu Chagas.
Para a produtora executiva Janice Castro, da Diálogo Produções, iniciativas como a de O AR QUE A GENTE RESPIRA fortalecem diretamente o cinema independente no Estado de São Paulo. “O futuro do audiovisual no estado é promissor. Existem muitos talentos espalhados pelo interior e uma gama de filmes diversos e criativos sendo produzidos. Tanto que foi criado um coletivo com mais de 50 cidades do interior de São Paulo: o Icine, que, por meio da troca constante de informações, visa alavancar o nosso audiovisual”, conta Janice.
A fotografia
A fotografia do longa é assinada pelo experiente diretor Isiel Miranda, que destaca alguns pontos do seu trabalho, entre os quais a relação dos contrastes. “Em muitas cenas, a carga emotiva é forte e temos um suspense entre o bem e o mal. Sendo assim, trabalhamos em ambientes mais escuros (noturnos e internos) ou ainda com o rosto dos personagens em um misto de escuro e claro”, conta Isiel.
Os jogos de enquadramentos, destaca Miranda, vêm consolidar a emoção e o sentimento que as cenas pedem, propondo diversos climas e tensões ao longa. “Temos planos fixos e longos (criando a sensação de expectativa), planos-sequência em que vemos os personagens indo de um lugar para o outro, trazendo ao espectador a interação e o entendimento de que a vida está se movendo. Há ainda momentos com muitos conflitos em que utilizamos o recurso da câmera na mão para que o espectador se sinta mais dentro da cena e entenda a dimensão da situação.”
Efeitos práticos
Um dos destaques do longa são os efeitos práticos utilizados nas cenas. Israel Massei, o responsável, destaca os principais: réplicas de armas de fogo preparadas para simular disparos reais, efeitos de tiros em objetos (realizados com pequenos dispositivos pirotécnicos e munições de efeito disparadas pelo técnico de efeitos), tiros em corpo acionados via rádio, réplicas de objetos que foram quebrados em cena e próteses que simulam ferimentos.
“Todos esses efeitos garantem mais realismo ao espectador e auxiliam os atores em cena, que podem contracenar e reagir com os próprios efeitos. Isso seria impossível de se conseguir apenas na pós-produção. Desde o primeiro contato com a direção e a produção do filme, tive total liberdade para participar, opinar e sugerir o melhor em efeitos para essas cenas”, destaca Israel.
A trama
A investigação de um assassinato em uma pequena cidade põe a polícia local numa corrida para descobrir o culpado do crime. Falhas nos processos da corporação comprometem a integridade das ações desse grupo, que se torna alvo da Corregedoria.
Adoniran, de investigador a suspeito, precisa defender a própria vida e provar sua inocência. Em compensação, Saulo é o agente da Corregedoria destacado para apurar a conduta funcional da delegacia. De volta à sua cidade natal, conquista aliados, apesar da rejeição de alguns, e ainda terá de lidar com antigos traumas.
O cenário é de grande tensão. Valores pessoais e profissionais são postos à prova em busca da verdade.
O Cineasta
Rafael Santin é ator formado pelo Conservatório Carlos Gomes de Campinas. Também é psicólogo.
Integrou o elenco da Cia. Bacante de Teatro e da Cia. CPFL de Teatro.
Com larga experiência no palco e em algumas produções cinematográficas. Foi sócio da Ethos Filmes, produtora de cinema independente, dirigindo o seu primeiro longa-metragem: Sobre Vidas (2018).
Em 2019, lançou uma nova produtora Independente, a Santin Filmes, produzindo o longa-metragem Sophia (2022).
Como cineasta, traz latente sua visão de psicólogo, com o olhar focado no comportamento humano, questionando a natureza da sociedade em que seus personagens estão inseridos. Dilemas que estão expostos em seus roteiros e longas-metragens SOPHIA e O AR QUE A GENTE RESPIRA (em produção).
No primeiro semestre de 2022, assinou o roteiro, a produção e a direção do piloto da série CORVOS (pós-produção).
A Produtora
Lu Chagas, além de atriz e artista da voz, circula por diversas áreas pertinentes à produção audiovisual.
No cinema independente, assina direção e assistência de arte, e figurino (CORVOS, SOPHIA, O Oposto Do Mal é o Belo, O PODER, Reality Show 365, THE WRITER, Pecado Vermelho, 4Quartos, RECORRÊNCIAS, A MAQUIADORA e Karsmênia – premiada no VIII FICC 2021 como MELHOR FIGURINO).
Produziu os curtas do gênero superação A MAQUIADORA e Recorrências, o suspense O ASSASSINO DO MINDINHO, o documentário PERTO DEMAIS, que trata do tema bullying, e o docArte THE ART & THE WAY, que acumula prêmios internacionais.
Os mais recentes trabalhos foram a produção do piloto da série CORVOS e o curta JANELAS DA PELE: Entre o Alzheimer e a Tatuagem.
Entre outras funções, em SOPHIA, CORVOS e CÂNDIDO, foi Diretora de Produção, cadeira que assume em O AR QUE A GENTE RESPIRA.
A Santin Filmes
Idealizada por Rafael Santin (ator, produtor, roteirista e diretor), a Santin Filmes traz em sua marca o estreito cuidado em produzir com qualidade e verdade. Tem sua estreia como produtora com o longa SOPHIA e o curta The Suitcase. Em 2021, coproduziu os curtas A MAQUIADORA, RECORRÊNCIAS e O ASSASSINO DO MINDINHO. Em 2022, assumiu a produção do piloto da série CORVOS (pós-produção) e do longa O AR QUE A GENTE RESPIRA.
Ficha Técnica | O AR QUE A GENTE RESPIRA
- Direção e Roteiro: Rafael Santin
- AD 1: Isa Cersosimo e Elnio Júnior
- AD 2: Douglas Chaves
- AD 3: João Bellotto e Erika Prado
- Direção de Produção: Lu Chagas
- Coordenação de Produção: Rafael Santin
- Prod. de Elenco: Lu Chagas e Rafael Santin
- Produção de Figuração: Lu Chagas e Erika Prado
- Ass. Produção: Darla Ferreira, Bia Chagas, Iêda Gomes e Érika Prado
- Ass. Set: Bia Chagas, João Bellotto e Douglas Chaves
- Diretor de Fotografia: Isiel Miranda
- Direção de Arte: Luísa Lima
- Cenografia: Caio Magalhães
- Ass. Arte: Lola Silva
- Figurinos: Lu Chagas
- Make e Hair: Kelly Macedo
- AC 1: John Miller
- AC 2: Pedro de Moraes
- Ass. Figurino: Paula Dutra e Ieda Gomes
- Ass. de Make & Hair: Jheny Martins
- Som Direto: Rogerio Villanova
- Téc. de Som: Diego Freitas e Pedro Sipriano
- Ass. de Som: Talles Rodrigues
- Trilha Sonora, Sound Design e Mixagem: Adriano Alcântara, A3pS, MPSE
- Estúdio de Pós-Produção de Som: Studio Camino Recording
- Eletricista: Jânio Martins e Carlos Vinícius
- Ass. Elétrica 2: Pablo Nuñez, Pedro Franceschi e Washington Luis
- Ass. Elétrica 3: Leo Malavazzi e Luiz Daniel
- Drone: Gustavo Oliveira e Ângelo Miranda (Drooner)
- Making Of: Letícia Palhão, Matheus Gomide, Gabi Talamonte e Luiz Daniel
- Efeitos Práticos: Israel Massei
- Adereços de Efeitos: Victor Akkas
- Ass. Jurídica: Vinicius Guimarães
- Ass. Contábil: Fatima Mezzano
- Ass. de Imprensa: Tiago Gonçalves
- Designer Gráfico: Jackson Thomaz
- Prod. Executiva: Janice Castro, Lu Chagas e Rafael Santin
- Ass. Produção Executiva: Marisa Leite
- Produção: Santin Filmes e Lu Chagas Produz
- Coprodução: Diálogos Produções, Pastronicc e Studio Camino Recording