Campinas celebra a poesia de 4 a 11 de julho com a Semana Guilherme de Almeida, criada para homenagear o ilustre campineiro. A data foi constituída pela Lei Municipal nº 10.138 de 25 de junho de 1999, com o intuito de divulgar o poeta, tradutor e soldado. Desde então as Secretarias Municipais de Cultura e Educação organizam uma programação comemorativa totalmente gratuita.
O poeta e ensaísta Guilherme de Almeida nasceu em Campinas em 1890. Dedicou-se à advocacia e à imprensa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foi redator de O Estado de São Paulo, diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite, fundador do Jornal de São Paulo e redator do Diário de São Paulo.
A essência de sua poesia é o ritmo “no sentir, no pensar, no dizer”. Dominou amplamente os processos rímicos, rítmicos e verbais, bem como o verso livre, explorando os recursos da língua, a onomatopeia, as assonâncias e aliterações. Na época da campanha modernista, soube seguir diretrizes muito nítidas e conscientes, sem se deixar possuir pela tendência à exaltação nacionalista. Nos poemas de Simplicidade, publicado em 1929, retornou às suas matrizes iniciais, à perfeição formal desprezada pelos outros, mas não recaiu no parnasianismo, porque continuou privilegiando a renovação de temas e linguagem. Sobressaiu sempre o artista do verso, que Manuel Bandeira considerou o maior em língua portuguesa.
A semana em Sousas
A biblioteca Guilherme de Almeida em Sousas comemora a abertura da semana com o curta metragem Os Hai Kais, de Guilherme. “Só Guilherme de Almeida valoriza a literatura dos Hai Kais”, diz Sylvia Ferraz Silva professora de declamação.
A parceria com entidades do distrito promove uma programação intensa, no primeiro dia o público presente pode conferir a declamação de crianças que recitam poemas de Gulherme de Almeida.
“Faz quatro anos que eu interpreto poemas, comecei quando ia ao jogral e gostei. Minha primeira declamação foi ‘A Gulosa’ e foi por telefone”, conta Thaís Brandão Niccoli de 13 anos.
Milena Ferraz Silva Brockhof, de nove anos, teve contato com a poesia desde pequena. “Minha avó interpretava e aprendi com ela, eu ensaiava na casa dela, no clube e até no Centro de Convivência”.
A biblioteca intensifica a programação e expõe fotos, livros e poemas de Guilherme de Almeida até 12 de agosto.
Biblioteca Guilherme de Almeida
Rua Dr. Cabo Oscar Rossin, 63 – Sousas
Informações: 3258-4515