A 17ª Cúpula do BRICS, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, teve como destaque em sua declaração final, publicada neste domingo (6), um forte apelo à paz e ao diálogo frente aos principais conflitos em curso no mundo.
No documento, os líderes do BRICS manifestaram preocupação com a escalada de tensões em diferentes regiões, reafirmando o compromisso do grupo com o multilateralismo, o respeito à soberania dos Estados e a busca de soluções diplomáticas para disputas armadas.
Além de reiterar apoio à causa palestina, defendendo uma solução de dois Estados como forma de garantir estabilidade duradoura no Oriente Médio, o BRICS também se posicionou sobre o impasse nuclear envolvendo o Irã, destacando a necessidade de retomada de acordos internacionais e o fim de sanções unilaterais.
A guerra na Ucrânia, tema sensível para o bloco devido à presença da Rússia, foi citada de forma equilibrada. O documento não faz críticas diretas a Moscou, mas faz um apelo pelo cessar-fogo imediato e pela retomada de negociações entre as partes, enfatizando o sofrimento da população civil e os impactos globais do conflito, especialmente na segurança alimentar e energética.
A situação no Líbano também foi mencionada, em referência às crescentes tensões na fronteira sul e aos riscos de novos confrontos envolvendo grupos armados como o Hezbollah. No caso do Sudão, o BRICS expressou preocupação com a grave crise humanitária causada pela guerra civil que atinge o país desde abril do ano passado, deixando milhares de mortos e milhões de deslocados.
A instabilidade persistente na Síria e em partes do Norte da África, marcada por conflitos internos, presença de grupos extremistas e interferências externas, foi igualmente lembrada na declaração, que apela para o respeito ao direito internacional e para o apoio à reconstrução pacífica desses países.
Ao final, o BRICS reiterou sua defesa de uma ordem internacional mais justa, multipolar e centrada na ONU, criticando sanções econômicas unilaterais e o que classificou como intervenções arbitrárias em assuntos internos de Estados soberanos.
A cúpula também abordou outros temas, como desenvolvimento sustentável, ampliação do comércio entre os países-membros, cooperação tecnológica e reformas em instituições financeiras internacionais. Para os líderes do bloco, fortalecer a integração econômica entre economias emergentes é uma das estratégias para enfrentar crises globais e reduzir desigualdades.
A 17ª Cúpula do BRICS reforça a tentativa do grupo de se consolidar como uma alternativa aos blocos ocidentais tradicionais, propondo soluções multilaterais para conflitos e disputas que desafiam a estabilidade mundial.
O BRICS reafirmou seu papel como fórum de diálogo multilateral, defendendo soluções pacíficas e diplomáticas para disputas regionais e internacionais.
A declaração reforça como o BRICS busca se posicionar como um contraponto a blocos ocidentais, defendendo uma ordem multipolar e o fortalecimento do multilateralismo.
Conflitos mencionados: A declaração cita especificamente:
Palestina: Provavelmente reafirmando apoio a uma solução de dois Estados e condenando a violência na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Irã: Normalmente o BRICS enfatiza diálogo para resolver questões nucleares e sanções.
Ucrânia: É um dos pontos mais delicados, já que a Rússia faz parte do bloco — então o tom costuma ser de apelo por negociações, sem condenação direta a Moscou.
Líbano: Conflitos envolvendo o Hezbollah e tensões na fronteira com Israel podem ter sido mencionados.
Sudão: A guerra civil recente, que resultou em uma crise humanitária grave, foi tema de preocupação.
Síria e Norte da África: Normalmente o BRICS defende respeito à soberania e à reconstrução pacífica.