
O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que os impostos podem ser reajustados. Segundo ele, possíveis ajustes em tributos podem ser considerados em especial para aumentar o dinheiro em caixa do governo. O ministro participou de cerimônia de transmissão de cargo, sem a participação do ex-ministro Guido Mantega.
O foco do discurso de Levy foi conseguir o equilíbrio fiscal para a retomada do crescimento da economia. De acordo com o ministro, o equilíbrio é a chave para retomada da confiança com a gestão econômica do governo e facilitar a conseguir crédito para investimentos. Segundo ele, a disciplina nos gastos públicos deve ajudar a equilibrar a economia.
O ministro Levy afirmou que o ajuste fiscal planejado pela equipe econômica já começou, citando a alteração dos juros dos créditos concedidos pelo BNDES e as medidas provisórias que mudam as regras para pensões por morte e concessão do seguro-desemprego.
A simplificação de tributos, em especial na área de investimentos, e a reforma do ICMS para tentar desestimular a guerra fiscal também foram apontados como metas para a gestão de Levy na Fazenda.
Para o vice-líder do governo, deputado Hugo Leal, do Pros do Rio de Janeiro, o discurso de Levy foi coerente e o Congresso precisa ter sensibilidade para não “desvirtuar” as medidas de reajuste da economia:
“Essas medidas passarão efetivamente pelo Congresso Nacional e a sensibilidade da Casa, da Câmara e do Senado, vai ser essencial para que essa medida, da forma que ela entre, ela saia também até mesmo, se for o caso, aperfeiçoada e que não possa ser desvirtuada.”
Segundo o deputado, as medidas de ajuste fiscal que deverão ser tomadas pela equipe econômica comandada por Levy seriam necessárias independente de quem ganhasse a eleição presidencial.
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho, de Pernambuco, o grande desafio do ministro e da equipe econômica é a falta de credibilidade do governo Dilma. Segundo Mendonça Filho, a oposição quer ajudar a melhorar a economia, mas com ressalvas:
“Do lado da oposição, ele pode contar com tudo, toda a disposição para a gente ajudar o Brasil a sair desse impasse. Só que ele não vai contar com duas coisas: primeiro, qualquer coisa que represente retirar direitos dos trabalhadores. E de outra parte também a gente vai agir muito forte combatendo o aumento de carga tributária.”
O ministro também anunciou nesta quinta sua equipe econômica. Para a Receita Federal, Jorge Rachid; e para a Secretaria do Tesouro, Marcelo Saintive.