Secretário de Tarcísio e aliado de Bolsonaro, deputado foi pressionado após propor mudança no PL Antifacção que beneficiaria o crime organizado
Por Sandra Venancio
O deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), recuou publicamente nesta terça-feira (11) após forte reação popular contra sua tentativa de alterar o Projeto de Lei Antifacção, encaminhado pelo governo Lula ao Congresso.
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A proposta de Derrite previa restringir o poder de investigação da Polícia Federal sobre organizações criminosas — o que, na prática, beneficiaria facções como o PCC e o Comando Vermelho. A repercussão foi imediata: nas redes sociais, o parlamentar foi acusado de agir em defesa do crime organizado e se tornou alvo de uma onda de protestos.

Durante entrevista coletiva na Câmara dos Deputados, ao lado do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), o bolsonarista tentou minimizar a proposta e atribuiu a crise a uma “narrativa”, sem apresentar uma explicação convincente. “Vamos manter um texto duro, disso eu não abro mão (…). Quero crer que tenha sido um equívoco de interpretação”, declarou, em tom hesitante.
Motta também procurou conter os danos, afirmando que o texto final do projeto não retirará atribuições da Polícia Federal. “Não vamos permitir que nenhuma discussão coloque em risco a soberania do país”, disse.
O recuo ocorre após dias de forte desgaste político para Derrite e Tarcísio, com repercussão negativa em todo o país e críticas vindas até de setores conservadores que enxergaram na manobra uma tentativa de enfraquecer o combate ao crime organizado.




