Como o termo competência foi introduzido na educação? O ensino por competências representa um avanço em relação aos modelos educativos existentes? Como formar os profissionais da educação para esse modelo? Essas e outras questões são tratadas ao longo da obra, escrita por dois grandes especialistas.
A qualidade do ensino brasileiro está bem abaixo da desejada. Mas a introdução do conceito de competências na educação pode ajudar a reverter esse quadro, pois se trata de uma oportunidade de refletir e aprofundar um processo de mudança necessário para melhorar o sistema vigente. A introdução de um novo conceito, contudo, requer avaliação. Afinal, o ensino por competências representa ou não um avanço em relação aos modelos educativos existentes? Como formar os profissionais da educação para esse modelo de ensino? Como deve ser o sistema de avaliação nessa perspectiva? Essas e outras questões são abordadas no livro Educação e competências (168 p., R$ 37,80), lançamento da Summus Editorial.
Elaborado em três etapas diferentes e complementares, o livro integra a série Pontos e Contrapontos, cuja proposta é promover um debate acadêmico e científico sobre temas educacionais candentes. Ao longo da obra, o educador espanhol Joan Rué e a educadora brasileira Maria Isabel de Almeida estabelecem um diálogo que, além de defender uma visão sobre o conceito de competências na educação, tem como propósito lançar novas luzes sobre esse debate, permitindo vislumbrar perspectivas inovadoras para melhorar a qualidade do ensino brasileiro, favorecendo o pensamento complexo das próximas gerações.
A primeira parte é composta por artigos originais dos dois educadores, apresentando e sustentando seu ponto de vista sobre o tema da obra. Nessa etapa, o professor Joan, da Universidade de Barcelona, faz uma análise histórica do conceito de competência no campo educacional e conclui com uma síntese que orienta e encoraja os profissionais da educação a enveredar por esse modelo de ensino.
Já a professora Maria Isabel, da Universidade de São Paulo, discorre sobre os diversos significados e usos da noção de competência e os modos como as políticas educacionais a têm incorporado. Assim, faz uma análise cuidadosa de seu surgimento e de suas implicações no contexto atual. Para concluir, fala sobre a figura do professor competente, problematizando desde sua formação até suas ações.
Na segunda parte da obra, cada educador elabora quatro questões contemplando suas eventuais dúvidas e discordâncias a respeito das informações expostas pelo colega. O objetivo é pontuar suas ideias e contrapor as colocações de seu interlocutor.
A terceira e última parte é composta por questões elaboradas pela organizadora da coleção e mediadora do diálogo, Valéria Amorim Arantes, para retomar pontos convergentes e divergentes do diálogo estabelecido e acrescentar a ele novos conceitos. Nessa etapa, a organizadora retoma a problemática da formação de professores e solicita que os autores apresentem uma proposta para tal formação, visando um ensino por competências.