
A Estação de Tratamento de Água (ETAS 3 e 4) no distrito de Sousas comprovam a presença de componentes de origem industrial com metais nas águas das chuvas no Rio Atibaia. De acordo com a pesquisa desenvolvida pela FEC-Unicamp a contaminação tem como conseqüência a contaminação do solo, dos rios e lençóis freáticos, além do seu impacto para a saúde humana.
Foram analisadas amostras de água coletadas em quatro pontos de Campinas: as Estações de Tratamento de Água (ETAs) 1 e 2, no bairro Swift, a ETA do rio Capivari, próxima ao Aeroporto de Viracopos, e as ETAs 3 e 4 e Estação de Captação de água para a cidade no rio Atibaia, ambas no Distrito de Sousas. A análise das amostras coletadas indicou uma média de 22% de elementos de origem industrial na composição total, ao lado de 64% de elementos em ressuspensão do solo (associados à poeira) e 14% de cloreto, o que foi interpretado pela utilização de cloro no processo de tratamento da água executado pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A (Sanasa).
A presença de componentes de origem industrial nas amostras coletadas na ETA do rio Capivari e na Estação de Captação de Água em Sousas foi em média de 8%. O número indica que a influência das fontes industriais é maior nos pontos mais próximos da área central de Campinas.
Em março de 2106 durante as enchentes que tomaram os distritos, a Sanasa precisou executar reparos na casa de bombas e em dois equipamentos que tiveram que ser desligados.
O abastecimento de água da cidade de Sumaré, nas regiões de Nova Veneza, Matão e Maria Antônia foi interrompido em julho deste ano, por causa de uma contaminação do Rio Atibaia.
Técnicos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) colheram amostras de água do Rio Atibaia no ponto de captação e na estação de tratamento. A suspeita era que havia contaminação vindo das petrolíferas de Paulínia. Nas amostras também foram encontradas substância contaminante fenol – decorrente de resíduos industriais – no ponto de captação. A análise da presença da substância na água do rio foi feita usando o cloro como reagente, o que a deixa com um odor característico.
Como funciona a Estação de Tratamento de água
Todo esse cuidado não é para menos. A água captada de rios ou represas vem com folhas, peixes, lodo e muitas bactérias. Para chegar às casas limpa e sem cheiro, ela passa cerca de três horas dentro de uma estação de tratamento (ETA), o que inclui fases de decantação da sujeira, filtragem e adição de cloro e flúor, entre outras etapas.
A água impura, proveniente dos rios, entra na estação de tratamento. Na estação, a água passa por um depósito de solução de cal e de sulfato de alumínio. Estas substâncias absorvem as partículas sólidas (impurezas) que estão na superfície da água, juntando-as em pequenos flóculos. Desse depósito a água vai para o tanque de floculação, onde os flóculos ficam mais pesados do que a água e vão para o fundo do tanque. Do tanque de floculação a água passa para o tanque de decantação, onde as substâncias sólidas vão para o fundo do tanque, por serem mais pesadas do que a água. Assim a água fica relativamente limpa. Depois da decantação a água passa por um filtro de areia. Esse filtro é formado por várias camadas. A primeira é composta de cascalho grosso, a segunda de cascalho fino, a terceira de areia grossa e a última de areia fina. Essas camadas retém as impurezas da água. Mesmo filtrada, a água ainda não está purificada. Ela ainda possui micróbios prejudiciais à saúde. Por isso, ela passa por um depósito de cloro – um gás de cor verde que tem a propriedade de matar os micróbios contidos na água. A esse processo dá-se o nome de cloração. A água purificada vai para um reservatório, onde fica guardada para ser distribuída à cidade. Essa distribuição é controlada por uma espécie de torneira, conhecida como válvula ou transmissão.




