TRF-1 nega habeas corpus e decide que o banqueiro deve continuar detido, citando indícios “veementes” de gestão fraudulenta e organização criminosa no esquema que movimentou R$ 12,2 bilhões
A desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), rejeitou nesta quinta-feira (20) o pedido de liberdade feito pela defesa de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. Segundo a magistrada, há fortes evidências de fraude sistêmica, risco à ordem econômica e obstrução das investigações, o que justifica a manutenção da prisão preventiva.
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A decisão da desembargadora Solange Salgado da Silva reforça os argumentos da Procuradoria e da Polícia Federal sobre a gravidade da investigação em curso contra Vorcaro e outros executivos do Banco Master. A prisão preventiva foi decretada inicialmente no âmbito da Operação Compliance Zero, que apura fraudes na emissão de títulos de crédito pela instituição.

Segundo os autos, há “indícios veementes de gestão fraudulenta e organização criminosa”, afirmou a magistrada na decisão. Ela ressaltou que, mesmo com a prisão, persistem sinais de que o esquema pode continuar operando, o que representa risco concreto para a ordem pública e econômica.
A defesa de Vorcaro argumentou que a prisão não faz mais sentido agora que o Banco Master foi liquidado pelo Banco Central e que não há risco de fuga. Além disso, seus advogados disseram que apresentaram comprovantes de uma viagem para Dubai e que Vorcaro está proibido de administrar qualquer instituição financeira por decisão judicial – o que, segundo eles, reduz a possibilidade de novas irregularidades.
No entanto, para a desembargadora, a gravidade das suspeitas – que envolvem a venda de papéis falsos e repasses bilionários – exige a manutenção da prisão para interromper uma possível continuidade das atividades ilícitas.
A PF estima que a fraude possa atingir R$ 12,2 bilhões. No momento da prisão, Vorcaro tentava embarcar de Guarulhos para o exterior, segundo a investigação.
A decisão do TRF-1 por manter a prisão torna-se um marco importante no desenrolar da apuração, principalmente por reforçar a urgência atribuída pelos investigadores à cessação do suposto esquema fraudulento.




