Militares norte-americanos participarão de exercícios navais e de cooperação humanitária com Chile e Argentina; Congresso ainda não analisou projeto de lei
Por Sandra Venancio – Foto Thomas Silva/Agencia Brasil
O presidente da Argentina, Javier Milei, autorizou nesta terça-feira (30) a entrada de tropas norte-americanas no país para a realização de exercícios militares conjuntos. A decisão foi tomada por meio de decreto presidencial, em caráter excepcional, já que a Constituição argentina prevê que a presença de forças estrangeiras em território nacional deve ter aval do Congresso.
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Segundo a agência Telesur, as manobras serão realizadas em duas etapas. O primeiro exercício, denominado “Solidariedade”, ocorrerá de 6 a 10 de outubro em Puerto Varas, no Chile, com foco em treinamento para situações de desastres naturais, conforme acordo de cooperação firmado em 1997 entre os países.
Já a segunda operação, chamada “Trident”, acontecerá em território argentino entre 20 de outubro e 15 de novembro, nas bases navais de Mar del Plata, Usuaia e Puerto Belgrano. O treinamento envolverá simulações de defesa naval e missões de assistência humanitária.
Disputa política
A decisão de Milei provocou controvérsia. O governo argumenta que recorreu ao decreto porque o projeto de lei que trata da autorização ainda não foi votado pelo Parlamento. A Comissão Bicameral Permanente deve analisar a validade da medida nos próximos dias.
Setores da oposição criticam a forma como a autorização foi concedida, apontando que a medida pode representar uma violação da Constituição argentina ao contornar a necessidade de aprovação legislativa.
Apoio externo
A autorização ocorre no momento em que o governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, anunciou que concederá auxílio financeiro à Argentina. O gesto reforça a aproximação entre Milei e Washington em meio ao seu projeto de alinhamento estratégico internacional.