Wagner Moura quebra barreira histórica e filme ganha novo impulso internacional
A consagração de “O Agente Secreto” no New York Film Critics Circle, nesta terça-feira (2), colocou o longa de Kleber Mendonça Filho no centro do radar da temporada de premiações, ampliando seu alcance e a força da campanha rumo ao Oscar.
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A produção venceu como Melhor Filme Internacional e rendeu a Wagner Moura o prêmio de Melhor Ator — feito inédito para um latino-americano. O ator superou concorrentes considerados favoritos nas bolsas internas de críticos, como Leonardo DiCaprio, de “Uma Batalha Após a Outra”, e Timothée Chalamet, de “Marty Supreme”. O reconhecimento ampliou o impacto da campanha internacional do longa, que cresceu rapidamente desde a estreia nos EUA.

Embora o NYFCC não influencie formalmente o Oscar, historicamente seus vencedores passam a dominar projeções, entrevistas e convites para exibições especiais em Hollywood. A visibilidade trazida pela crítica nova-iorquina costuma impulsionar votações nas demais guildas, inclusive de atores e diretores — movimentos decisivos na fase final.
Além da vitória do filme brasileiro, “Uma Batalha Após a Outra” conquistou Melhor Filme e Melhor Ator Coadjuvante, com Benicio del Toro. O longa de Paul Thomas Anderson reabriu o debate sobre radicalização política contemporânea ao retratar insurgências comunistas nos EUA do século XXI, tema que deve repercutir durante a temporada.
A repercussão de “O Agente Secreto” cresceu também na Europa. A nova edição da Cahiers du Cinéma, revista francesa considerada a principal referência crítica do cinema mundial, colocou o longa na capa dedicada aos dez melhores filmes de 2025. A publicação listou obras como Tardes de Solidão, OUI, L’Aventura e Miroirs No. 3 entre os destaques do ano, mantendo a tradição de revelar tendências e consolidar autores de linguagem própria.
A presença do filme brasileiro na seleção da Cahiers reforça um movimento crítico que já vinha se formando após sua estreia nos EUA, onde recebeu nota máxima de veículos como The New York Times, Wall Street Journal e The New Yorker. A soma das avaliações rendeu ao longa pontuação 91 no Metacritic, colocando-o entre os mais aclamados do ano.
Especialistas ouvidos ao longo da temporada apontam que a combinação de crítica norte-americana, repercussão europeia e protagonismo de Wagner Moura forma um tripé incomum para produções brasileiras na corrida do Oscar. A expectativa agora é acompanhar como a vitória em Nova York reverbera nas próximas premiações, especialmente no Critics’ Choice e no SAG, que costumam influenciar diretamente a Academia.




