Seis jovens participarão do MOVE (Musicians and Organizers Volunteer Exchange), programa de intercâmbio para músicos criado pela organização parceira JM Norway e promovido no Brasil pela Amigos do Guri – uma das gestoras do Projeto Guri, considerado o maior programa sociocultural brasileiro, mantido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Otávio Antoniacci e Gabriel Andres irão para a Noruega; Leonardo Martins e Maria Fernanda Zucchi para o Malawi; Miriam Momesso e Lucas D’Alessandro ficarão em Moçambique.
Os eleitos viajam no dia 10 de agosto e devem permanecer os primeiros 15 dias em um processo de capacitação em Oslo, na Noruega, ao lado de outros jovens. O período inicial de integração tem o objetivo de prepará-los para entender a sociedade e a cultura na qual atuarão como voluntários e também conhecer os conceitos que estruturam o MOVE e a FK Norway – Fredskorpset – forças de paz da Noruega.
Após a imersão, cada dupla seguirá seu destino. No Malawi e em Moçambique, o programa de voluntariado será realizado por meio da participação em festivais de música, competições, workshops e capacitações em áreas de música, cultura e questões sociais. Na Noruega, os intercambistas selecionados atuarão como voluntários na Escola TrØndertun Folkehøyskole, uma instituição secundária pública de artes que oferece cursos de pop, rock, engenharia de som e dança, localizada em Trondheim.
Durante o processo de seleção, os candidatos passaram por entrevistas e testes, avaliando responsabilidade, habilidade musical, comunicação e atributos pessoais. Ao todo, 12 brasileiros já foram beneficiados com a experiência no MOVE.
Malawi:
Leonardo Martins(23) é assistente no Polo Regional São José do Rio Preto, sua cidade natal. Seu interesse pela música começou quando ainda era pequeno, época em que seus pais o faziam parar de chorar colocando música erudita para ele escutar. Com 13 anos, o músico negociou com os pais para trocar seu curso de espanhol por aulas de percussão no Projeto Guri e lá permaneceu até completar 18 anos. Além da percussão, Leonardo canta e toca violão.
O músico acredita que seu maior desafio no intercâmbio será a adaptação no novo país, por ser uma realidade diferente da que ele vive hoje, mas garante que dará o seu melhor para se adaptar e exercer um ótimo trabalho. “Vou procurar fazer um trabalho social e cultural, trocar músicas, culturas, ideias, estilos. A música para mim é um estado de espírito, uma mistura de sentimentos e emoções, e eu quero transmitir tudo isso nos projetos que darei andamento no Malawi”, antecipou.
Maria Fernanda, de 24 anos, foi aluna de percussão e violoncelo no polo de sua cidade, Pedreira, no qual permaneceu por três anos e meio. Bacharel em percussão pela UNICAMP, a jovem toca marimba, vibrafone, bells, xilofone, tímpanos, caixa, pandeiro, triângulo, prato, bumbo, entre outros.
A estudante já planeja implantar alguns projetos por lá. “Pretendo ensinar o Maracatu e fazer uma oficina de construção de instrumentos de percussão com materiais recicláveis”, disse a musicista.
Noruega:
Otávio Antoniacci, de 23 anos, éex-aluno de percussão do Polo Jaguariúna, sua cidade natal, onde estudou por quatro anos. Em sua avaliação, o frio norueguês será um grande desafio, mas está disposto a enfrentá-lo. “A música conecta as pessoas, independente de classe social, lugar, e eu vou buscar essa troca de experiências nos meus projetos”, contou o percussionista.
Seu parceiro de intercâmbio, Gabriel Andres, de 20 anos, foi aluno de percussão do Polo Valparaíso, onde nasceu. Hoje o jovem toca bateria, pandeiro, cajon, conga, cajonga, tamborim, zabumba, triângulo, bongô, derbake e outros instrumentos de percussão. “Devo muito do que eu sei e do que me tornei ao Projeto Guri, que me abriu muitas portas e tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis ao longo dos meus nove anos no polo, e agora essa oportunidade de intercâmbio”, agradeceu.
Gabriel quer aprender a cultura local e mostrar aos noruegueses quão rica é a cultura brasileira. “Quero dar andamento ao projeto chamado Sambaião, que são aulas de samba e baião, em conjunto com Otávio”, disse o jovem.
Sobre o MOVE
O MOVE (Musicians and Organizers Volunteer Exchage) é um programa de intercâmbio criado pela JM Norway, membro da JMI – Jeunesses Musicales International (associação sediada na Bélgica que reúne diversas organizações musicais em cerca de 70 países), em parceria com a instituição musical Music Crossroads, do Malawi e de Moçambique. Seu objetivo é o desenvolvimento da prática musical internacional.
Ao todo, 12 brasileiros já participaram do intercâmbio entre essas instituições: Jassá Aquino e Aydan Schmidt visitaram a Noruega no primeiro semestre de 2016, período em que os colegas Eduardo Scaramuzza e Ananda Miranda estiveram no Malawi. Em 2017, a Noruega recebeu Guilherme dos Santos e Thales Simões Martins; no Malawi ficou Elias de Oliveira Junior e Vitor Lyra Biagioni. Recém-chegados da última temporada, Gabriel Fabiano dos Santos, Karoline Ribas, Renan Augusto Dias, Cintia Galan, Igor Crecci e Marcelo de Almeida Brito passaram pelo programa na Noruega, Malawi e Moçambique.
Membro da JMI desde 2012, a Amigos do Guri também recebe os intercambistas: em 2016, estiveram aqui os noruegueses Ellen-Martine e Nikolai Gmachl-Pammer; e os moçambicanos Lalah Mahigo e Vando Infante. Em 2017 foi a vez dos moçambicanos Engristia Irina e Tiger Massuco, além dos noruegueses Sandra Skroedal e Ole Berget. Na última edição, Moçambique, Malawi e Noruega enviaram os jovens Valentino Salimo, Calisto Ricardo, Waliko Gondwe, John Mchiswe, Kristoffer Dokka e Hannah Larsen.
Projeto Guri www.projetoguri.org.br
Patrocinadores e apoiadores do Projeto Guri – Amigos do Guri: Instituto CCR por meio da CCR AutoBAn e CCR SPVias; CTG Brasil; VISA; VALGROUP; Supermercados Tauste; AES Tietê; Microsoft; WestRock; Novelis; Usina Colorado; Banco Votorantim; Capuani do Brasil; Caterpillar; Grupo Maringá; Pinheiro Neto; EMS; Sky; Magazine Luiza; Mercedes-Benz; ASTA; Catho; CODESP; Raízen; Arteris; Supermercados Rondon; Castelo Alimentos; Hasbro.
Sobre o Projeto Guri
Mantido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, o Projeto Guri é considerado o maior programa sociocultural brasileiro e oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos (até 21 anos nos Grupos de Referência e na Fundação CASA). Cerca de 50 mil alunos são atendidos por ano, em quase 400 polos de ensino, distribuídos por todo o estado de São Paulo. Os mais de 330 polos localizados no interior e litoral, incluindo os polos da Fundação CASA, são administrados pela Amigos do Guri, enquanto o controle dos polos da capital paulista e Grande São Paulo fica por conta de outra organização social. A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução da Secretaria de Cultura que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural. Desde seu início, em 1995, o Projeto já atendeu mais de 710 mil jovens na Grande São Paulo, interior e litoral.
Sobre a Amigos do Guri
A Amigos do Guri é uma organização social de cultura que administra o Projeto Guri. Desde 2004, é responsável pela gestão do programa no litoral e no interior do estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação CASA. Além do Governo de São Paulo – idealizador do projeto –, a Amigos do Guri conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Amigos do Guri, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm incentivo fiscal da Lei Rouanet e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD). Pessoas físicas também podem ajudar. Saiba como contribuir: www.projetoguri.org.br/faca-sua-doacao.