O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) reagiu nesta segunda-feira (30) à menção de seu nome no pedido da Polícia Federal (PF) ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que as investigações sobre supostas irregularidades nos descontos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sejam compartilhadas com a Corte.
No pedido, a PF solicitou que apurações sobre o esquema — apelidado de “farra dos descontos” — sejam reunidas no STF, já que haveria menções a autoridades com foro privilegiado, entre elas, segundo investigadores, o ex-juiz e atual senador.
O que diz Moro
Em nota, Moro classificou a menção como “equivocada e irresponsável”. O senador afirmou que não tem qualquer relação com os fatos investigados e sugeriu que seu nome tenha sido incluído para criar constrangimento político:
“Jamais mantive qualquer contato com pessoas ou organizações envolvidas neste esquema. Confio na Justiça e estou à disposição para esclarecer qualquer fato.”
Entenda o caso
A PF investiga supostas fraudes na aplicação de descontos em aposentadorias e benefícios previdenciários, envolvendo entidades de classe e associações que teriam cobrado taxas indevidas de segurados. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 1 bilhão, segundo os investigadores.
Com a citação de nomes de parlamentares, a Polícia Federal argumentou que parte das apurações deve subir para o STF, que é responsável por processos envolvendo autoridades com foro.
Caberá ao ministro Dias Toffoli decidir se aceita o pedido da PF para concentrar as apurações no Supremo. Caso isso ocorra, será aberta a possibilidade de novas diligências, que poderão incluir quebras de sigilo e depoimentos.
Nos bastidores, aliados de Moro afirmam que ele pretende pedir acesso integral aos autos para verificar o contexto da citação.
A menção reacende tensões entre Moro, que foi juiz da Lava Jato, e setores do Judiciário e da Polícia Federal. Parlamentares da oposição também reagiram, acusando tentativas de “vazamentos seletivos” para desgastar o senador, que já sinaliza pretensões de disputar cargos majoritários em 2026.