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segunda-feira, agosto 25, 2025

Sinsaúde recorre à Câmara para enfrentar crise da Maternidade

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Imersa numa das mais graves crises financeiras de sua história de quase um século – completa 100 anos em 2013 – a Maternidade de Campinas corre o risco de enfrentar uma greve de funcionários pela primeira vez em 20 anos. O alerta foi feito pelo presidente do Sindicato da Saúde de Campinas e Região (Sinsaúde), Edison Laércio de Oliveira, em encontro com o presidente da Câmara Municipal, Pedro Serafim Junior (PDT). Segundo o sindicalista, a proposta de paralisação voltará a ser analisada pelos trabalhadores em assembleia marcada para a próxima terça-feira (08/02).

No encontro com o presidente da Câmara, o sindicalista contou que no dia 15 de janeiro, os cerca de 800 funcionários decidiram paralisar suas atividades depois que a direção do hospital anunciou o fim do adiantamento quinzenal e admitiu a possibilidade de não pagar os salários no dia 1º de fevereiro.

“A direção (do hospital) alegou que não tinha dinheiro”, disse Edison. A greve só não ocorreu, segundo ele, porque o salário acabou sendo pago. “Mas o risco de paralisação ainda existe, já que a instituição informou que o pagamento do adiantamento está suspenso por tempo indeterminado”, acrescentou.

Uma greve na Maternidade iria provocar enorme impacto no sistema de atendimento a gestantes e bebês na cidade e região. Ali trabalham 500 médicos e são realizados 30 partos por dia, em média. De cada 10 nascimentos registrados em Campinas quatro são feitos na Maternidade e, destes, 60% são atendimentos feitos pelo Sistema Único da Saúde (SUS).

O hospital é o centro de referência regional em UTI Neonatal com 36 leitos – contra 10 leitos disponíveis no hospital da PUC-Campinas e 15 no da Unicamp, as outras duas instituições que também oferecerem esse tipo serviço. “Se PUC e Unicamp deixarem de atender, nós conseguimos absorver, mas se a Maternidade parar, o sistema entra com colapso, já que as universidades não estão preparadas para uma demanda tão grande”, diz o presidente da Maternidade, Carlos Alberto Figueiredo Cortes.

Cortes diz que a Maternidade tem hoje um déficit de R$ 500 mil por mês no atendimento do SUS. “Para cada criança internada na UTI a gente recebe cerca de R$ 1 mil, mas chegamos a gastar isso por dia de internação. E é comum, uma criança levada à UTI permanecer internada por pelo menos um mês”, explica Cortes. “É bom lembrar que 90% dos leitos da UTI são destinados ao SUS”, diz.

Segundo ele, o custeio do hospital é de R$ 4 milhões por mês e a receita tem ficado frequentemente abaixo disso. O resultado, é uma dívida com bancos e fornecedores que já chega a R$ 15 milhões. “São R$ 700 mil por mês só com juros da dívida bancária”, ressalta Corte.

“A Maternidade não quer atrasar salários e fará de tudo para honrar o seu compromisso com os trabalhadores, mas precisa de ajuda. O Poder Público precisa nos ajudar a continuar prestando o serviço que prestamos hoje e que é fundamental para o sistema de saúde de Campinas”, concluiu o presidente.

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