Rejeição dos últimos recursos e reuniões fora da agenda indicam que o início do cumprimento da pena de 27 anos deve ser decidido nos próximos dias
O Supremo Tribunal Federal se aproxima da decisão final sobre o início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses aplicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto o ministro Alexandre de Moraes conduz conversas reservadas com a cúpula das Forças Armadas e do Ministério da Defesa para tratar dos possíveis desdobramentos.
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A discussão sobre o destino de Bolsonaro ganhou intensidade nas últimas semanas, especialmente após a Primeira Turma do STF rejeitar os embargos de declaração apresentados por sua defesa. Com a recusa, restringiu-se de forma significativa o espaço para novos recursos, e a própria equipe jurídica do ex-presidente avalia como provável que a ordem de prisão seja expedida entre quarta-feira (26) e quinta-feira (27).

No centro do processo decisório está uma reunião ocorrida na noite de segunda-feira (17), fora da agenda oficial, entre Moraes, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. De acordo com relatos, Paiva ponderou que enviar Bolsonaro ao Complexo da Papuda poderia ser interpretado como uma medida extrema para um ex-presidente e sugeriu alternativas em instalações militares, caso o regime fechado seja confirmado na execução da pena. Moraes, porém, não manifestou posição conclusiva durante o encontro.
A eventual prisão do ex-presidente é tratada com cautela tanto no Judiciário quanto no Executivo, dado o potencial impacto político e institucional. A tendência no STF é de que não haja novas delongas processuais, já que os recursos pendentes não têm efeito suspensivo e a condenação por tentativa de golpe encontra-se em fase final de exequibilidade.
Na defesa de Bolsonaro, o movimento é de contenção. Advogados discutem medidas para tentar postergar o início da execução, mas reconhecem que o cenário é desfavorável. Paralelamente, aliados políticos intensificam articulações, temendo repercussões tanto na base bolsonarista quanto na relação entre o governo federal e setores das Forças Armadas.
Dados de apuração:
A reunião fora da agenda entre Moraes, Tomás Paiva e José Múcio indica que o STF busca calibrar a execução da pena com atenção à segurança institucional. A rejeição dos embargos pela Primeira Turma reforça que o processo entrou em sua fase final e que a decisão sobre o local e o modo de cumprimento da pena deverá ser tomada em breve.




