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segunda-feira, agosto 25, 2025

Terapia pré-natal – crianças e adultos mais felizes

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Ter um filho é uma das experiências mais enriquecedoras que temos na vida e hoje, com o avanço da medicina, podemos estabelecer e planejar este momento de acordo com nossas disponibilidades. Também temos a vantagem de termos à nossa disposição muitos recursos que nossos ancestrais não tinham acesso, como por exemplo, a evoluída medicina-diagnóstica pré-natal e o acompanhamento psicológico pais/bebê. A decisão de ter um filho começa, antes de qualquer coisa, na escolha do parceiro. Quantos problemas poderiam ser evitados, tanto para os próprios casais como para seus filhos, se essa escolha fosse mais consciente e mais voltada para o amor verdadeiro e o real comprometimento com a vida familiar. Depois de escolhido o parceiro, chega a fase do desejo de ter um bebê. Ou então, outra possibilidade é que, mesmo com todos os cuidados de prevenção, o bebê pode aparecer sem ser “oficialmente” convidado, fato que pode ser uma boa surpresa ou então um impacto desagradável que pode desestabilizar os planos do casal. De qualquer forma, estar pronto para esse momento implica em avaliar a saúde física, a saúde econômica e a saúde do relacionamento do casal. Quando atendidas, essas condições nos levam à terceira e mais importante etapa do processo que é: o que desejamos para o bebê? Estaremos pensando nele ou apenas na gratificação pessoal de ser pai/mãe? Se estivermos pensando nele, no melhor que temos a oferecer a esse filho que traremos ao mundo, não podemos negligenciar os fatores psicológicos envolvidos na questão. Sabemos que as ocorrências – tanto objetivas como subjetivas – do período pré-natal, assim como dos primeiros anos da vida do bebê, estabelecem condições fundamentais para a estrutura psicológica e emocional do futuro adulto. O amor, os cuidados, o aconchego e a continência afetiva adequada nesses períodos vão marcar positivamente a vida dessa pessoa, assim como a ausência ou disfunção dessas questões marca, da mesma forma, de maneira negativa. Sabe-se também que profundas mudanças psicológicas ocorrem em ambos os parceiros no período da gravidez e do pós-parto. O bebê, mesmo em gestação, está em sintonia com o que se passa na intersubjetividade do casal e da família, absorvendo e respondendo à grande complexidade de fatores que podemos chamar de “ambiente da gestação”, que engloba desde desejos, expectativas e sentimentos dos parceiros até aos cuidados médicos do pré-natal e o ambiente físico. Da mesma forma, a criança continua respondendo a esses fatores nos primeiros meses e anos de vida, desenvolvendo-se de acordo com essas demandas. Junto com o amor e carinho, o casal passa para os filhos (querendo ou não) todas as suas questões emocionais não resolvidas, seja consigo mesmos, com o parceiro ou com os próprios pais e, de uma forma mais ampla, com toda sua ancestralidade. Ter consciência desses fatos e buscar orientação psicológica sobre a relação que se forma – pai, mãe e filho – pode minimizar consideravelmente, no futuro, o número de crianças psicologicamente desajustadas e de casamentos insatisfatórios decorrentes da falta de preparo para a transição do casal – de dupla para trio – e para o status de papai/mamãe. Apostar, investir na saúde dos relacionamentos afetivos da família em formação é o primeiro passo para a construção de uma sociedade mais feliz, mais justa e mais ética, que todos nós desejamos para nossos descendentes. Izete Ricelli é Psicóloga Clínica de abordagem Junguiana e Mestre em Psicologia Clínica pelo Núcleo Junguiano da PUC-SP.

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