A poucos dias das eleições, o Jornal Local foi atrás dos candidatos a prefeito de Campinas para perguntar como pretendem solucionar os principais problemas do município. Foram feitas as mesmas três perguntas, cada uma com um tema essencial para a próxima gestão. Confira as respostas, quem sabe podem te ajudar a decidir o seu voto.
1- Educação – Qual é o maior problema da educação em Campinas e quais são as propostas para melhorar? O baixo índice das escolas públicas e a situação das crianças sem creche te preocupam? Que medidas serão tomadas nestes pontos?
Marcela Moreira (PSOL) – Assim que assumir o mandato, não vou nomear 1000 cargos comissionados, que hoje são cabides de emprego, e com a economia de 150 milhões de reais por ano, iremos investir na construção de creches em período integral. Defendemos uma escola democrática que atenda aos interesses populares. Uma educação promotora da inclusão social do indivíduo e que prepare o cidadão para uma participação ativa na sociedade. E defendemos um currículo ativo e crítico que contextualize os conhecimentos.
Jonas Donizette (PSB) – A educação é uma preocupação. Por isso, nossas propostas incluem a entrega de 10 Escolas Bem Maior, de tempo integral, que irão gerar pelo menos 5 mil novas vagas. Também vamos implantar 12 Creches Bem Querer, de tempo integral, e com a reforma e readequação de outras, conseguiremos gerar 8 mil vagas.
Artur Orsi (PSD) – Vou cortar funcionários comissionados da Prefeitura e empresas públicas e rever os valores pagos nos contratos da Administração, para construir novas creches e zerar a falta de vagas. Vou priorizar a formação continuada de professores e aplicar choque de qualificação em todas as estruturas da Educação. Também vou abrir mais escolas de ensino integral e ampliar a quantidade de vagas de ensino técnico.
Márcio Pochman (PT) – Vamos atuar primeiro com planejamento da educação que tenha capacidade de integrar a creche e a universidade. Um diálogo da Prefeitura com o Governo do Estado e com as Universidades.Na educação municipal é absolutamente necessária a ampliação da oferta de creches. Vamos construir 22 creches e 5 Centros Educacionais Unificados, cujo recursos sairão da demissão de parte significativa dos comissionados.
Dr. Hélio (PDT) – Temos duas frentes emergenciais de trabalho. A primeira é retomar o projeto premiado internacionalmente que é a creche Nave Mãe, um espaço que vai muito além do acolhimento de crianças, mas que forma, já nos primeiros anos de vida, cidadãos para o futuro. A outra ação emergencial é a retomada do programa prato cheio, oferecendo aos alunos das escolas do município refeição de qualidade e balanceada. A valorização do magistério, a distribuição de uniformes e tênis também estão na nossa pauta de prioridades.
2 – Transporte/segurança – O que falta no transporte público e na segurança dos campineiros? O índice de criminalidade só aumenta na região, há algum projeto para frear isso? E os ônibus, haverá alguma mudança em sua gestão?
Marcela – No transporte vamos garantir passagem de ônibus a R$1,00. Será feita auditoria no contrato para comprovar que a passagem custa bem menos que R$3,80. Vamos reformular a lógica da cobrança. A empresa de ônibus ganhará por trajeto. E aumentaremos os subsídios às empresas conforme os valores de custo.
A segurança tem que ser com mais inteligência e menos repressão. A Guarda Municipal cuidará das áreas públicas e seu entorno e a Guarda Ambiental autuar e fiscalizar infrações ambientais. Vamos priorizar a iluminação pública para segurança, em especial para as mulheres, e transformar áreas abandonadas em hortas e áreas de lazer.
Jonas – Vamos implantar o Passe para o Emprego e mais 26 km de novas faixas preferenciais de ônibus, além de intervenções urbanas e viárias ao longo dos trajetos. A implantação do BRT também irá encurtar o tempo de viagem e melhorar o transporte coletivo da cidade.
Nas próximas semanas, 25 novos equipamentos devem entrar em funcionamento pelo programa Campinas Bem Segura, com câmeras inteligentes. A expectativa é que até o final de 2017, a cidade tenha mais de 100 pontos com 300 câmeras monitorando veículos.
Orsi – No transporte público vou fazer de forma definitiva as obras do BRT, com os corredores Campo Grande e Ouro Verde, além do corredor Amarais. Os cobradores vão voltar para agilizar. Vou assegurar regras na concessão e responsabilidade das empresas. Haverá fiscalização de contratos e serviço prestado para acabar com a demora e outros problemas.
Em relação à segurança pública, as bases da Guarda Municipal serão reformadas e terão mais guardas e equipamentos modernos, reforçando o patrulhamento em toda a cidade. Vou trazer mais investimentos do governo estadual para a cidade na área de segurança pública.
Márcio – Ampliaremos as faixas exclusivas de ônibus, faremos ciclovias, implantaremos o bilhete único mensal sem limites e gratuidade para reduzir o custo, e linhas transversais que integraram os bairros, para ficarem menos tempo nos ônibus. Com a licitação, vamos instalar ar condicionado, WiFi e carregador de bateria dentro do ônibus, recolocando os cobradores.
O eixo principal do programa para a cidade é descentralizar a ocupação, empregos, os equipamentos e os serviços públicos nas principais regiões da cidade. Vamos descentralizar a guarda municipal através da Kombi escolar e das bases móveis da guarda municipal.
Hélio – Vamos abrir a caixa preta das relações nem sempre republicanas entre o poder público e os empresários dos transportes. Hoje, o campineiro paga a maior tarifa de ônibus do Brasil, recebendo em troca serviços de péssima qualidade. Vou exigir a volta dos cobradores também.
Na segurança, a Guarda Municipal será valorizada e organizada para melhorar o patrulhamento das vias públicas. O grande investimento que faremos para reduzir a criminalidade será na geração de empregos. Campinas tem hoje 40% dos jovens em idade produtiva sem qualquer oferta de trabalho. O trabalho afasta as pessoas do crime.
3 – Saúde/meio ambiente – O que é necessário para estruturar a saúde pública e diminuir as filas nos postos? Como vai abordar o corte excessivo de árvores? O que fazer para Campinas não sofrer com as chuvas e enchentes?
Marcela – Queremos investir nos centros de saúde, garantir medicamento e equipes completas do programa saúde da família. Com isso, podemos prevenir, acompanhar e recuperar de 80 a 90% dos casos – índice atingido em países como Cuba ou Inglaterra, que baseiam seus sistemas de saúde na Atenção Primária.
Queremos preservar os recursos hídricos com a criação de uma política de recuperação e preservação de nascentes, remunerando produtores que tenham nascentes. Restringir obras que impermeabilizem o solo e garantir também 100% do esgoto coletado e tratado, seja por meios convencionais, seja por meios alternativos de tratamento.
Jonas – Para a próxima administração, vamos investir mais de R$ 100 milhões na saúde, beneficiando 400 mil pessoas, com 20 novas unidades de saúde. Nestes investimentos, incluímos o Hospital do Câncer de Barretos, além de novas unidades de saúde. Também estaremos reformando 13 unidades de saúde.
Estamos reflorestando as áreas que sofreram com a micro explosão. Plantamos ainda 4 mil mudas em vários pontos da cidade. Quanto às chuvas e enchentes, vamos fazer um planejamento para escoar águas pluviais, priorizar áreas verdes, melhorar a coleta de lixo e universalizar a coleta e tratamento de esgoto.
Orsi – Vou contratar mais médicos por concurso púbico e melhorar salários de todos profissionais da área. Vou informatizar toda a rede e implantar prontuário eletrônico para trazer mais agilidade e facilidade. Ampliarei o número de médicos especialistas e de leitos comuns e de UTIs adulto, pediátrica e neonatal.
Quanto à arborização, vou capacitar servidores para diagnosticar a situação das árvores e sanear as que precisam de tratamento. Vou combater a poluição e fazer gestão sustentável dos recursos naturais. Aplicarei mais recursos em obras de prevenção e limpeza de áreas de risco de enchentes. Vou ampliar a coleta seletiva para evitar acúmulos.
Márcio – Na saúde é fundamental a ampliação do numero de funcionários. A contratação e a fixação dos funcionários . É preciso fortalezar e recuperar e ampliar as unidades básicas. Queremos construir cinco centros de atenção especializada, com o objetivo de ofertar consultas com especialistas e viabilizar os exames por imagem.
Trabalhamos com a hipótese da recuperação e ampliação da Sanasa para coordenar toda parte ambiental, desde coleta seletiva, com cooperativas e catadores, a recuperação das fontes de água e reconstituição das matas ciliares. E um reservatório com os prefeitos da região para evitar que Campinas passe o que passou durante a crise hídrica.
Hélio – Na saúde temos condições de sanar os problemas, de não deixar faltar remédio. Com relação às enchentes, também temos condições de realizar intervenções para minimizar o problema.