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quarta-feira, novembro 12, 2025
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Polícia Civil de Minas investiga desvio de 220 armas apreendidas; servidora é presa

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Esquema teria operado dentro da 1ª Delegacia do Barreiro, em Belo Horizonte; sindicato aponta falhas na custódia de provas

Por Sandra Venancio

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apura o desaparecimento de cerca de 220 armas de fogo que estavam sob a guarda da instituição e deveriam permanecer armazenadas como material apreendido em investigações anteriores. O caso veio à tona após um suspeito ser flagrado com uma arma que já constava nos registros da corporação como apreendida e sob custódia oficial.

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A descoberta levou à abertura de um inquérito interno para investigar um possível esquema de desvio de armamentos que, segundo fontes ligadas à apuração, pode envolver servidores lotados na 1ª Delegacia do Barreiro, no bairro Jardinópolis, em Belo Horizonte.

A checagem posterior revelou um rombo muito maior: centenas de armas haviam simplesmente desaparecido do acervo sob custódia da Polícia Civil.. Foto Reprodução X

Uma servidora pública suspeita de participação direta nas irregularidades foi presa neste domingo (9), em uma ação conduzida pela Corregedoria da Polícia Civil. O nome da funcionária não foi divulgado oficialmente.

Armas desaparecidas e falhas no controle

Os investigadores ainda não detalharam os tipos de armamentos extraviados, mas indicaram que a maior parte é formada por armas de baixo calibre, muitas delas antigas e consideradas obsoletas. Mesmo assim, a perda representa uma falha grave no controle do material bélico sob responsabilidade do Estado.

De acordo com informações apuradas pela reportagem, o suposto desvio foi identificado durante uma ocorrência de rotina em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ao consultar o número de série de uma arma apreendida, os policiais descobriram que o armamento já constava como confiscado em outra investigação e deveria estar guardado nas dependências da delegacia.

A checagem posterior revelou um rombo muito maior: centenas de armas haviam simplesmente desaparecido do acervo sob custódia da Polícia Civil.

Investigação interna em andamento

Em nota, a Corregedoria informou que o processo disciplinar e criminal está em estágio avançado e que medidas administrativas já foram adotadas para impedir novos desvios.

O delegado-geral da instituição, Rômulo Dias, divulgou um vídeo à imprensa reforçando que a corporação “mantém o compromisso com a transparência, o rigor e a legalidade”, e que os envolvidos serão responsabilizados.

Segundo ele, o episódio “fere a confiança da sociedade e exige resposta firme para preservar a credibilidade da instituição”.

Ausência de centrais de custódia é apontada como causa

O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol) atribuiu parte da responsabilidade pela falha à falta de Centrais de Cadeia de Custódia no estado. Previstas na Lei nº 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, essas unidades deveriam centralizar o armazenamento e o controle de todos os materiais apreendidos pelas forças de segurança, incluindo armas, drogas e documentos.

O presidente do sindicato, Wemerson Oliveira, afirmou que a inexistência dessas estruturas facilita desvios e dificulta a rastreabilidade das provas.

“Essas armas não deveriam estar guardadas em delegacias. A verba para a construção da central nunca foi liberada, e isso coloca em risco a integridade de todo o material apreendido”, declarou.

Segundo Oliveira, a central ficaria sob responsabilidade do Instituto de Criminalística, o que reduziria a manipulação dos materiais por agentes não especializados e aumentaria a transparência do processo.

Sem resposta oficial

Até a última atualização desta reportagem, nem a Polícia Civil nem o governo de Minas Gerais haviam se manifestado sobre as críticas do sindicato ou sobre o prazo para implantação das Centrais de Custódia.

A Corregedoria segue analisando registros, sistemas de controle e câmeras internas da delegacia. A expectativa é que novas prisões e afastamentos possam ocorrer nos próximos dias, à medida que o inquérito avance.

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