Conversas devem ocorrer ainda nesta semana; Planalto busca consolidar apoio no Senado para garantir maioria à indicação do advogado-geral da União
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá abrir uma rodada direta de negociações com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para tratar da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal. A movimentação, revelada por aliados do governo, ocorre num momento em que o Palácio do Planalto busca assegurar maioria confortável na sabatina e votação no Senado, etapa decisiva para a nomeação.
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A expectativa entre assessores presidenciais é que a conversa ocorra ainda nesta semana, após o retorno de Lula da Cúpula dos Líderes do G20, realizada na África do Sul. O presidente oficializou o nome de Messias antes da viagem, em encontro no Palácio da Alvorada, sinalizando prioridade na composição da Corte e no alinhamento político necessário para evitar desgastes no processo.

No Senado, a indicação de Messias já desperta articulações cruzadas. Alcolumbre, que comanda a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), etapa em que o indicado será sabatinado, é considerado peça central para a condução da votação. Desde o início do governo Lula, o senador tem atuado como aliado relevante, influenciando a tramitação de matérias de interesse do Executivo e mantendo canais de diálogo com diferentes blocos partidários.
Nos bastidores, senadores avaliam que a aprovação de Messias não deve enfrentar resistência expressiva, mas apontam que o governo busca antecipar possíveis focos de atrito — especialmente entre parlamentares da oposição e independentes que veem na indicação uma oportunidade de demonstrar força política. A composição do plenário também é observada de perto, já que a aprovação depende de maioria absoluta, com ao menos 41 votos favoráveis.
Além da articulação política, o Planalto prepara a defesa técnica da indicação, destacando a trajetória de Messias na advocacia pública, sua atuação recente na AGU e o papel desempenhado nos julgamentos envolvendo políticas estratégicas do governo. Nos próximos dias, aliados devem intensificar encontros com senadores, enquanto a equipe jurídica de Messias organiza material para a sabatina.
A movimentação marca mais um capítulo na reorganização do Supremo, que passa por nova recomposição após aposentadorias e mudanças internas, e reforça a estratégia do governo de ampliar sua influência na Corte em temas sensíveis — entre eles políticas ambientais, econômicas e decisões relacionadas à estabilidade institucional.




