No Natal as vendas aumentam não só nas lojas físicas, mas também nas virtuais. E essa procura maior por bons preços e produtos é um prato cheio para hackers e internautas mal intencionados criarem novos meios de espalhar vírus pela rede mundial de computadores. Surge, então, uma espécie de “Gripe do Natal” – computadores contaminados por vírus diversos e que, sem querer, acabam contaminando computadores de amigos.
O perigo mais comum nesse período são as mega promoções. Segundo a advogada Cristina Sleiman, especialista em direito digital, os vírus vêm normalmente por e-mail e na maioria das vezes com a intenção de furtar dados pessoais importantes dos internautas “Nessa época de natal aumenta muito a circulação de e-mails com promoções tentadoras demais, porém falsas e normalmente pedindo para o leitor clicar em um link, que ele não sabe, mas que instala um vírus na máquina. O objetivo é furtar dados, principalmente senhas de banco,” comenta a advogada.
O problema com os vírus que circulam por e-mails e às vezes até sites de compra falsos não afeta apenas o computador pessoal. Uma empresa que permite ao empregado o uso da ferramenta de internet para fins pessoais, como e-mail e navegação livre para compras, também corre o risco de ter dados furtados. “A empresa corre sérios riscos nessa época, pois muitos empregados passam mais tempo no computador da empresa do que em casa. Se a empresa permite o uso da internet para acesso ao e-mail pessoal e para compras, ela corre o risco de ter esse tipo de vírus instalado em toda a rede de computadores e assim, ter todo o tipo de dados extraviado”, diz Cristina Sleiman.
O segredo é ter muito cuidado com o e-mail e sempre ter certa desconfiança, segundo a advogada. “O internauta tem que estar atento e desconfiar sempre de promoções mirabolantes. É importante conferir se a promoção e se a empresa que enviou o e-mail realmente existem. Uma pesquisa pelo mecanismo de busca do Google às vezes já tira a dúvida do internauta e mostra se a empresa e a promoção realmente são verdadeiras”.
Esse cuidado redobrado que Cristina Sleiman indica, também é importante para outra ocorrência que aumenta muito no período natalino. Muitos sites fazem anúncios falsos: o cliente compra, paga pelo produto, mas não o recebe. “Quando se faz compras pela internet tem que haver mais cuidado do que na loja física. É preciso verificar se a empresa na qual você está comprando tem CNPJ, tem e-mail e telefone de contato e se eles realmente funcionam. Além disso, é sempre bom observar opiniões de outros compradores e principalmente, na hora da transação, conferir se aparece o cadeado no canto direito da página, indicando que a compra é segura”, avisa Cristina Sleiman
Redobrar a atenção com o que faz na internet é a vacina para evitar pegar a “Gripe do Natal” e, consequentemente, sofrer com os sintomas da doença, que incluem dor de cabeça, irritação e até um desfalque financeiro inesperado. Ter o cuidado de verificar as informações que recebe evita vírus e transações com vendedores mal intencionados.