“As pessoas estão adorando a exposição e, ao mesmo tempo, redescobrindo o Espaço Cultural Joaquim Egídio como uma opção a mais na cidade. É um local muito agradável e estou feliz por estar realizando esta exposição aqui”. Assim descreve a artista plástica Stella Nanni, que está, desde o dia 22 de junho, com a exposição “Trajetórias”, aberta no Espaço Cultural “Ettore Nallin” e Memorial do Café, localizado na sede da subprefeitura de Joaquim Egídio.
São 15 obras expressionistas da artista campineira – atualmente uma das mais reconhecidas no mundo –, que ficarão em exposição até este dia 29 de julho. As obras chamaram a atenção na Europa após serem exibidas em Monte Carlo durante o Grande Prêmio de Fórmula 1 (GP) de Mônaco de 2011. Na ocasião, a exposição ocorreu em um iate nas docas da cidade, de onde inclusive era possível assistir à corrida ao mesmo tempo em que se apreciava a arte, e a abertura contou com a presença do príncipe Albert, de Mônaco, e sua esposa Charlene.
Além da visitação do publico, especialmente nos fins de semana, a exposição começará a ser visitada por crianças das escolas municipais, especialmente as do próprio distrito. Segundo o subprefeito, Marco Antonio Vicentini, a partir da próxima semana começarão os agendamentos com as escolas.
“Queremos, aos poucos, fazer com que o nosso Espaço Cultural seja local de visitas constantes, especialmente da população daqui de Joaquim Egídio, que já é tradicionalmente consumidora de produtos culturais”, analisa Marco Antonio.
Além da exposição “Trajetórias”, o subprefeito afirma que a ideia é recuperar o espaço como um importante posto cultural da cidade, aproveitando especialmente os finais de semana, quando o distrito é visitado por um número maior de pessoas.
“Quem mora nas cidades vizinhas, ou mesmo dentro da área mais urbana de Campinas, procura locais como Joaquim Egídio para espairecer nos fins de semana. Retomar os projetos culturais no local é uma das maneiras de fidelizar ainda mais o turismo ecológico, gastronômico e cultural que caracteriza Joaquim Egídio”, explica o subprefeito.
Livro
Na abertura da exposição também foi lançado, no Brasil, o livro que mostra a trajetória da artista pelo Expressionismo. A obra, escrita pelo critico de arte Oscar D’Ambrosio, também tem o nome de “Trajetória”. “O livro tem 80 páginas com textos do D’Ambrosio e imagens de quadros pintados por mim”, conta Stella.
“Para mim é motivo de orgulho encerrar, aqui, na cidade em que eu nasci, esta exposição itinerante, que também já passou por São Paulo e foi minha primeira exposição solo na capital,”, diz Stella, que é sobrinha-neta do aclamado escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret e considerada pela família como herdeira artística do autor do célebre Monumento às Bandeiras.
Quem é
A artista começou a carreira se dedicando a retratos e se iniciou no expressionismo em 1993, seguindo uma propensão natural pelo Expressionismo Figurativo, acentuada por trabalhos de Richard Diebenkorn, David Park, Joan Brown, Elmer Bischoff e Nathan Oliveira. Além dos trabalhos expressionistas, Stella também ganhou fãs por seus quadros executados com outra técnica, o hiperrealismo.
“Para mim, uma técnica complementa a outra. No expressionismo uso mais a emoção do que a razão, não me preocupo com detalhes, trabalho muito com o sentimento e o acaso. Já o hiperrealismo é totalmente o oposto”, pontua.
Em dimensões variadas, as telas da exposição Trajetória traduzem assuntos cotidianos. “Procuro revelar o sentimento das pessoas nas situações do dia adia em minhas telas, combinando com harmonia traços espontâneos e imagens concretas, controle e liberdade, direcionamento e casualidade. Para realizar essa pintura gestual, a emoção e a intuição são as minhas maiores guias, além de agregar sempre cores vibrantes”, explica a artista.
Mais sobre a artista
Stella Nanni tem em seu hall de colecionadores nomes como Julio Bozano, Jorge Gerdau Johannpeter, André Lara Resende, Ronaldo Nazário (Fenômeno), Doda, Athina Onassis e outros admiradores do Chile, Argentina, México, Portugal, Bélgica, Luxemburgo e Itália.
Já realizou diversas exposições coletivas e individuais, no Brasil e no exterior, com destaque para: Pope Gallery, em Barcelona, 2003; Academia L’Estudi, Bracelona 2003; Atelier D’Emanuelle, Liege, Belgica 2004; coletiva “Brasil em Movimento” embaixada do Brasil na Belgica, Bruxelas, 2004; Trajetória, em Monte Carlo, Mônaco, 2011.
Foi representante no Brasil do International Museum of Women, EUA, realizando ações (workshops de arte, dança e culinária) que aconteceram no mundo inteiro em 2006 como parte do projeto Imagining Ourselves, junto à mulheres de comunidades carentes. Trabalho de Stella foi publicado no livro do Imagining Ourselves, IMOW, Museu Internacional da Mulher, San Francisco, EUA, 2006.