As altas temperaturas das últimas semanas colocaram a população em alerta com relação à saúde. Porém, são os extremos das faixas etárias que mais causam preocupação, especialmente os idosos. O Hospital Municipal Dr. Mário Gatti teve um aumento de 15% de casos gastrointestinais e desidratação no último mês, alguns deles na faixa etária acima de 60 anos.
De acordo com o médico responsável pela Saúde do Idoso da Secretaria de Saúde de Campinas, Rogério de Oliveira Araújo, os idosos acabam não sentindo sede como os jovens e só percebem a desidratação quando ela fica mais grave. “Os mais velhos não têm capacidade termoreguladora, eles têm baixa sensibilidade ao calor”, explica o médico. Além disso, eles se esquecem de tomar água e desidratam mais facilmente com a umidade relativa do ar baixa. “Uma ideia simples é deixar uma garrafa de água por perto. Também é preciso que os cuidadores fiquem atentos e que lembrem da hidratação dos que não têm autonomia”, indica.
Como os idosos fazem uso de muitos medicamentos, há também alteração no metabolismo. “O hipertenso, que faz uso de diurético, tem a urina aumentada e, consequentemente, se não tiver reposição correta, pode ter distúrbio e quando de desidratação”, completa. A ingestão de líquidos deve ser incorporada à rotina, independentemente de o idoso estar em casa ou não. E vale lembrar que refrigerante e cerveja não devem substituir a água.
Caso o idoso tenha sintomas de desidratação, como vertigem, dor de cabeça (cefaleia), sensação de boca seca, suor frio, palpitação, visão turva, hipotensão, deve ser levado imediatamente ao serviço de saúde mais próximo.
Outras medidas importantes são o uso de proteção solar, como protetores e chapéus, e evitar exposição ao sol entre 10 e 16 horas.