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sábado, setembro 13, 2025
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Células-tronco: esperança de cura e qualidade de vida para quem sofre com doenças degenerativas

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Derivadas de tecidos odontológicos, as células são coletadas em procedimento simples e depois armazenadas em banco que funciona dentro da Universidade Positivo

 

Imaginar a possibilidade de influenciar diretamente na melhoria de vida e bem-estar das pessoas é o que motiva boa parte da comunidade que trabalha com pesquisa na área científica. E foi também o ponto de partida para a criação do CTC – Centro de Tecnologia Celular Curityba Biotech. Pioneiro no país na prestação de serviços de coleta e armazenamento de células-tronco derivadas de tecidos odontológicos, o CTC nasceu, em 2008, como uma empresa de pesquisa e desenvolvimento na área de saúde. Os idealizadores do Centro, os professores do departamento de Odontologia da Universidade Positivo, João César Zielak e Moira Leão, percorreram um longo caminho ajudando a construir uma legislação para regulamentar o setor e criando condições que viabilizassem o CTC como um banco de células-tronco. O sucesso do trabalho foi coroado em outubro de 2016, quando o Centro recebeu a autorização legal para iniciar a prestação de serviços à sociedade.

O CTC Curityba Biotech é, atualmente, o único banco de células-tronco particular do Paraná, e está localizado dentro da Universidade Positivo. Por meio de um contrato de parceria técnico-científica, o CTC utiliza a estrutura da universidade e em contrapartida desenvolve estudos com a instituição em cursos de Graduação e programas de Mestrado e Doutorado. O laboratório conta com 5 colaboradores e além do serviço de coleta e armazenamento das células-tronco, continua desenvolvendo pesquisas em parceria com a iniciativa privada e instituições públicas. Para o diretor-técnico do CTC, João César Zielak, um dos principais desafios enfrentados hoje é levar à população em geral o conhecimento acerca do que são e representam para o futuro as células-tronco. “Os benefícios são inúmeros, mas como levantam muitas dúvidas, é preciso um trabalho sério no sentido de esclarecer as pessoas”, reforça Zielak.

As células-tronco derivadas de tecidos odontológicos sadios, chamadas de mesenquimais, são células com grande potencial para regenerar tecidos e órgãos lesados. Elas podem, por exemplo, auxiliar na produção de osso em fraturas extensas, diminuir as sequelas de uma pessoa que teve uma lesão da medula espinhal, devolver a visão em situações de lesões agudas ou até mesmo recuperar as articulações de quem tem uma doença degenerativa. A diretora-administrativa do CTC Curityba Biotech, Moira Leão, usou o histórico pessoal para investir anos de sua carreira no estudo de técnicas regenerativas com células-tronco. Um acidente de carro provocou fraturas graves de vértebras e costelas, obrigando Moira a enfrentar procedimentos como enxertos e implante de próteses que ao longo dos anos comprometeram sua saúde. “A ideia de que as células-tronco possam atuar de forma reparadora em quadros de danos provocados por AVC – Acidente Vascular Cerebral, infartos agudos do miocárdio ou aumentar a expectativa de resultados positivos em casos de transplantes de órgãos, nos faz acreditar que a utilização dessas células abre caminho para uma revolução no que diz respeito à cura de doenças e melhoria da saúde e bem-estar das pessoas”, afirma Moira.

É o que acredita a professora Denise Leonardi, que decidiu coletar e armazenar células-tronco dela e do filho de 6 anos. “No caso do meu filho, armazenei por precaução, pensando no futuro. É claro que a gente espera que nunca seja necessário, mas se um dia for preciso, estaremos preparados”, revela Denise. No seu caso, em particular, a professora diz que quer envelhecer com qualidade de vida. “Considerando a maior expectativa de vida, quem sabe o uso de células-tronco permitirá, no futuro, menor uso de medicamentos na terceira idade e maior longevidade”, completa. Depois de sofrer uma vida inteira com uma doença degenerativa no joelho, a estudante Mayara Assad, de 22 anos, está otimista. Desde criança ela tenta amenizar a doença, que traz dores e a impede de fazer movimentos simples como se abaixar para pegar algo no chão. O procedimento para coleta das células-tronco presentes no dente do siso já está agendado. Mayara acredita que finalmente será possível promover a regeneração da cartilagem do joelho. “As células-tronco me devolveram a esperança de ver meu problema resolvido e não apenas remediado. É o seu organismo agindo a favor de você mesmo”, comemora.

Coleta e armazenamento

Uma das grandes vantagens das células-tronco derivadas de tecidos odontológicos é que sua coleta pode ser feita de forma menos invasiva, por meio de um procedimento simples, no próprio consultório odontológico. Essas células podem ser encontradas nos dentes de leite, quando estão em processo de queda, nos dentes inclusos – sisos – e também podem ser retiradas de dentes saudáveis extraídos por indicação ortodôntica. O profissional que vai fazer a coleta precisa ser treinado e credenciado junto ao CTC. Após a obtenção do material, o tecido biológico é acondicionado em recipiente adequado e levado para laboratório. As células-tronco são isoladas e passam por um processo de multiplicação, para depois serem armazenadas em galões de nitrogênio líquido.

 

 

 

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