No dia 1º de dezembro é comemorado o dia mundial da luta contra a Aids e a boa notícia é que casais soropositivos, em alguns casos, já podem ter filhos saudáveis.
A transmissão do vírus da AIDS da mãe para o filho, chamada de transmissão vertical, é responsável pela maioria dos casos de AIDS em crianças, sendo que, de acordo com o Ministério da Saúde, as chances de transmissão da doença para o bebê são de 16%, caso a mãe amamente, esses índices pode chegar a 20%. Já que o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, no parto, ou ainda durante a amamentação.
O tratamento com AZT durante a gravidez pode minimizar as chances de o bebê nascer com o vírus HIV. Se começado no início da gravidez, as chances podem ser reduzidas a apenas 2%.
Cerca de 0,4% das grávidas brasileiras são portadoras do vírus HIV e o número dessas gestantes que procuram tratamento gradativamente vem aumentando.
O maior problema, entretanto, ainda reside no fato de casais que querem engravidar e apenas um dos cônjuges é soropositivo, ou seja, os casais sorodiscordantes, já que, para ocorrer a gravidez, o casal precisaria ter relacionamento sexual sem preservativos, o que aumentaria muito as chances do cônjuge saudável ser contaminado com o vírus do HIV.
No entanto, já existem técnicas que possibilitam aos casais sorodiscordantes engravidarem sem infectar o parceiro ou transmitir o vírus ao bebê.
Em casos onde o homem é o portador do vírus HIV é possível usar a técnica de lavagem de esperma, seguida de fertilização “in vitro”. Os espermatozóides sem partículas virais podem ser separado dos outros componentes do sêmen e posteriormente ser utilizado para realização de fertilização “in vitro”.
Em casos em que a mulher é soropositiva e o marido negativo, a melhor alternativa para possibilitar a gravidez é também fazer uso da inseminação artificial, dessa forma é possível ter o filho almejado evitando contágio do parceiro.
Para mais informações sobre reprodução assistida sugerimos como fonte dra. Silvana Chedid.
Sobre a dra. Silvana Chedid: é diretora clínica da Chedid Grieco Medicina Reprodutiva e do CEPERH Centro de Endoscopia Pélvica e Reprodução Humana do Hospital Beneficência Portuguesa. Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clínicas da USP.
Tendo se especializado em Reprodução Humana e Endoscopia Ginecológica pelo Centro de Medicina Reprodutiva da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica e defendido sua tese de Doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo sobre fertilização \”in vitro\”. É membro das Sociedades Americana e Européia de Reprodução Humana e das Sociedades Brasileiras de Reprodução Humana e Reprodução Assistida, publicou diversos artigos em revistas científicas nacionais e estrangeiras e, em 1998, publicou o livro \”Infertilidade\”, onde discute os mitos e verdades sobre o problema.
Técnicas possibilitam a soropositivos terem filhos saudáveis
Data:




