Saúde entrega 1.480 equipamentos e veículos para combate à malária na Amazônia

O combate à malária tem que ser prioridade número um não só de gestores públicos, mas de toda a sociedade da Amazônia Legal. É o que defende o ministro da Saúde, Agenor Álvares, que esteve hoje pela manhã em Manaus para a entrega de veículos e equipamentos às secretarias de Saúde da região, num investimento que corresponde a mais de R$ 10 milhões.
A iniciativa do Ministério da Saúde objetiva incrementar a infra-estrutura das secretarias estaduais e municipais de Saúde para a prevenção e o controle da doença. \”Os casos de malária estão sendo reduzidos, mas eles têm que ser reduzidos drasticamente\”, destacou o ministro.
Foram entregues às secretarias 50 botes de alumínio de 7 metros, 20 botes de alumínio de 10 metros, 160 geradores de 2,8 KWA, 319 microscópios bacteriológicos, 46 microscópios Entomológicos, 50 motores de popa de 25 HP, 20 motores de popa de 45 HP, 158 motos, 36 pick-ups com tração 4X4, 11 pick-ups com tração 4X2, 610 pulverizadores com pressão prévia. No total, são 1.480 itens. Os estados contemplados são: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
\”O Ministério da Saúde tem investido recursos materiais e recursos financeiros. E estimulamos todos os gestores a colocar o combate à malária como agenda prioritária do Sistema Único de Saúde. Mas isso não adiantará se as ações necessárias não forem encaradas com seriedade. Se evitarmos que os números da malária cresçam, evitaremos muitos outros problemas\”, observou Agenor Álvares.
A intensificação das ações de controle já apresenta uma tendência de redução do número de casos notificados, quando comparados os dados do primeiro trimestre 2006 (120.532 casos), com o mesmo período do ano de 2005 (133.723 casos), correspondendo a uma redução de 10%.
Oito dos nove estados da Amazônia Legal apresentam redução em 2006, quando comparados com o mesmo período de 2005. O número de internações por malária foi reduzido em 8%, quando comparado o período de janeiro a março de 2006 com o mesmo período de 2005.
No Amazonas, por exemplo, os números da doença decrescem desde o último semestre de 2005, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. As quedas mais acentuadas foram registradas nos primeiros quatro meses de 2006. Entre janeiro e abril, a redução no número de casos foi de 30% em relação ao mesmo período de 2005. Isso significa que 20 mil pessoas deixaram de adoecer por malária. Em Manaus, a redução chegou a 46,3%, com 11 mil casos nesse mesmo período.
Atualmente, os 807 municípios da Amazônia Legal contam com 2.909 laboratórios para diagnóstico de malária, 13.934 unidades de notificação da doença e 37.735 agentes de saúde envolvidos no controle da endemia, além de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde para atenção ao paciente.
No ano de 2005 foram notificados 599.690 casos de malária, com 88 óbitos, tendo sido esse número de 93 no ano de 2004. O aumento dos casos de malária deveu-se, principalmente, à intensa e desordenada ocupação das periferias das capitais dos estados do Amazonas (Manaus) e de Rondônia (Porto Velho) e no município Cruzeiro do Sul, no Acre, sendo que esses municípios concentram cerca de 27% dos casos de malária da Região.
O desmatamento para extração de madeira, criação de gado, agricultura e assentamentos não oficiais também têm contribuído para o aumento da transmissão da doença. Outro fator colaborador é o aumento dos criadouros do mosquito vetor da malária em função da atividade de piscicultura, com a construção de tanques artificiais, seja nos quintais dos domicílios ou nas periferias de diversas cidades da Região Amazônica.