O abuso de ar condicionado é uma importante causa de secura ocular em
pessoas saudáveis, segundo o Presidente da APOS – Associação Brasileira dos
Portadores da Síndrome do Olho Seco, Dr. José Álvaro Pereira Gomes,
professor da UNIFESP/EPM. A Síndrome do Olho Seco, afeta cerca de 10% da
população adulta em todo o mundo e muitas delas sofrem desnecessariamente
porque não sabem que o problema tem tratamento.
O equipamento de ar condicionado exige manutenção nem sempre feita no tempo
oportuno e com o cuidado necessário. Por isso o filtro, que deveria
assegurar a retenção das partículas nocivas à saúde, deixa de cumprir seu
papel e espalha bactérias que infestam o ambiente, em geral, sem ventilação,
visto que lugares fechados garantem melhor desempenho do sistema. Esta
carga bacteriana, associada a diminuição da umidade relativa do ar
potencializam o início de alergia, olho seco e infecção ocular como
conjuntivite.
O tratamento mais indicado pelos especialistas é o uso de “lágrimas
artificiais” com a finalidade de manter o olho permanentemente umedecido. Em
usuários de lentes de contacto, pessoas de uma idade mais avançada e em
particular mulheres em fase de pós menopausa são mais freqüentes os sintomas
de secura ocular (piscadas, olhos vermelhos, sensação de areia nos olhos).
Também as pessoas com doenças auto-imunes como artrites reumatóide ou
Síndrome de Sjögren são mais propensas a padecer destes sintomas. “Olho Seco
é a segunda maior causa de atendimento nos consultórios oftalmológicos,
depois de refração, e quando não diagnosticada e corretamente tratada, pode
evoluir para lesão da superfície ocular e, em alguns casos, até à perda da
visão”, alerta Dr José Álvaro.
A Síndrome do Olho Seco
O olho seco é uma doença crônica, caracterizada pela diminuição da produção
da lágrima ou deficiência em alguns de seus componentes, ou seja, pouca
quantidade e/ou má qualidade da lágrima. Os sintomas são de ardor,
irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em lugares
com ar condicionado ou em frente do computador e olhos embaçados ao final do
dia.
No Brasil, estima-se que cerca de 18 milhões de pessoas sofrem com a doença.
A doença está relacionada à exposição a determinadas condições do meio
ambiente (poluição, computador), idade avançada, menopausa nas mulheres,
medicamentos (anti-histamínicos, anti-hipertensivos, anti-depressivos), uso
incorreto de lentes de contato, trauma (queimaduras térmica e química),
doenças reumatológicas, e outras doenças do sistema imunológico (Penfigóide,
síndrome de Stevens-Johnson).
Embora pareça um aborrecimento menor, a Síndrome do Olho Seco é
potencialmente séria, pois pode causar processo inflamatório crônico
perpetuando a falha da lubrificação pelos componentes da lágrima, essencial
para a manutenção da vitalidade das células da superfície ocular. Este
distúrbio pode produzir áreas secas sobre a conjuntiva e córnea, o que
facilita o aparecimento de lesões.
Existe no Brasil uma associação, a APOS, Associação dos Portadores
de Olho Seco que oferece apoio, educação e informação a todos os familiares
e pacientes com Olho Seco.
O telefone para contato é (11) 5571-1835, e-mail apos@apos.org.br; e
site www.apos.org.br