Jogarei as palavras certas e gostaria que elas caíssem nas mãos de um coqueirense dentro do metrô como jogamos uma garrafa na imensidão do mar e ela atravessasse inteiramente e de outro lado caísse nas mãos de um conhecido.
Sobre a timidez do sol na madrugada entra no metrô um coqueirense rumo ao seu trabalho.Sua vida transformou radicalmente, mas ele não esquece quando procurava em seu tempo de criança ninhos de passarinhos e agora só ver aranha céus e paisagens de concreto.
Escrevo a fim de informar noticias de nosso arraial.Ele não esquece do Sr.Horminio o primeiro prefeito de Coqueiral,do fazendeiro Jalder Figueiredo vizinho do Odilon Alvarenga um dos primeiros a ter televisão em Coqueiral que apesar de pobres naquela época já era líder dos sonhos de nossa gente que até então não sonhava nem incipietemente.
E ele com resquício caipira apesar da civilização metropolitana mim diz que a cara de São Paulo são o Paulo Maluf, Silvio Santos, Antonio Ermírio de Moraes e Roberto Carlos.
Lembra também do tempo em que punha a marmita dentro do embornal e agora é freguês constante de comprar moveis na casa Bahia.
Ao assustar e ficar vaidoso com um coqueirense no jornal do metrô volta a tona toda uma vida de sacrifício marcado a ferro e fogo de momentos felizes e saudáveis.
O tempo e o mundo passam, mas a sensação do passado é um dique contido capaz de romper a qualquer momento.Nas dificuldades aprendemos a raptar os raros momentos de felicidades e fazer permanecer eternamente em nós.Construímos a vida nova sobre o alicerce velho do passado.Se vencermos na existência não esquecemos dos fracassos, pois eles foram às vigas que suportaram com paciência o melhor acontecer.
O metrô é palco vivencial rico em protagonistas diversos.
Muitas pessoas hoje distantes do metrô, mas nunca esquecerão os tempos difíceis e felizes.São eles construtores de historia consistentes e exemplares.São personagens que encontram nas flutuações dos sonhos o solo duro da realidade firme do metrô
Nosso coqueirense que passou a adaptar ao novo mundo percebe então que o passado da época da tv tupi é o andaime do seu futuro.E busca sua caminhada na velocidade do metrô.Os trilhos são largos e seguros e as oportunidades são maiores apesar de está vivo na sua mente a época dos carros de boi e nossa gente simples torcendo para que o forasteiro coqueirense que hoje tem consciência que os sonhos são a ante sala da realidade.Sabe ele que dentro deste mundo de racionalidade e oportunidades existem sempre sonhos enterrados.
Agora o metrô parou e o coqueirense desceu e depois ler meu artigo surgiu uma inquietação voltando o saudosismo à tona.Se conseguir acrescentar mais um sonho na sua realidade sentirei como piloto do metrô
JUAREZ ALVARENGA