Assunto ocupou a primeira parte da
reunião da Câmara
Representantes do Projeto Espaço XXI
ocuparam nesta segunda-feira a
primeira parte da reunião ordinária
da Câmara de Vereadores de Campinas
e fizeram um apelo pela inclusão
escolar das pessoas portadoras da
Síndrome de Down. No final do
evento, a estudante Rafael Faelli
Martins, hoje na 7ª série, e que
estudou desde o ensino infantil numa
escola regular, entregou um livro
que ela própria escreveu, ao
vereador Biléo Soares (PSDB) – que
teve a iniciativa de trazer a
discussão para a Câmara. De acordo
com a presidente da entidade, Marcia
Faelli, “o trabalho pela autonomia
de grupo começa pela escola”.
O Espaço XXI foi inspirado nas
pesquisas da Faculdade de Educação
de Málaga (Espanha), e vem sendo
desenvolvido em Campinas desde 1998.
O objetivo é contribuir com o
processo de inclusão de crianças com
Síndrome de Down no ensino regular,
visando o desenvolvimento da
autonomia dessas crianças na idade
adulta e levando em conta seus modos
e ritmos de aprendizagem.
Psicóloga, professor universitária e
coordenadora do programa, Carmem
Ventura disse que a síndrome não
pode mais ser considerada uma doença
ou um castigo. Por conta disso, a
especialista prega uma mudança de
atitude. De acordo com ela, hoje a
pessoa portadora da síndrome não é
tratada pelo que é, mas pela
caracterização de um grupo.
“Precisamos resignificar o conceito
de deficiência. Temos de promover a
interação do individuo com o meio em
que vive. O enfoque não pode ser
mais pela incapacidade, mas sim
pelas possibilidades que ela
oferece”, disse.
O vereador Biléo Soares disse que a
inclusão “é uma questão de direito”
e lembrou que a escola tem de estar
preparada para receber esse alunos.
“Uma escola inclusiva é uma escola
para todos e todos os cidadãos têm
direito à autonomia”, acrescentou.
O vereador Dário Saadi (DEM) lembrou
que a situação da pessoa portadora
da síndrome hoje é melhor do que já
foi, mas fez uma advertência. “A
garantia de um tratamento de saúde
ou de mobilidade não é suficiente.
Essas pessoas têm direito de ser
tratadas de maneira igualitária”,
disse.
O vereador Professor Alberto
defendeu a inclusão, mas lembrou que
muitas escolas e muitos professores
ainda não estão devidamente
capacitados a atender esse tipo de
aluno.




