Poucos sabem, mas a hérnia de disco, uma das origens mais comuns de dor nas costas – mal que acomete oito em cada dez adultos – também pode ser corrigida rapidamente e com pouco tempo de repouso.
Estatisticamente parece pouco o fato de apenas 1 em cada dez pacientes com hérnia de disco precisar de intervenção cirúrgica. No entanto, considerando que, nos moldes convencionais, a cirurgia demanda um longo afastamento do paciente, esse mal se transforma num problema não só de saúde, mas também econômico. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se cerca de 2 milhões de afastamentos ao ano, resultando em milhões de dólares gastos com assistência médica e perda de produtividade.
Mas hoje, graças ao desenvolvimento das técnicas pouco invasivas, esses pacientes já conseguem reduzir significativamente o pós-operatório. Entre as vantagens está a redução do tempo de internação e a “simplificação” do próprio procedimento cirúrgico devido sua alta tecnologia, fatores que acabam por proporcionar redução dos impactos econômicos – aos pacientes diretamente ou, na maioria dos casos, aos planos de saúde.
Por meio da discectomia percutânea, uma técnica minimamente invasiva, o paciente fica internado por apenas 4 horas, garantindo a alta no mesmo dia, sem sequer precisar passar a noite no hospital. O repouso é de três dias e, nos casos de trabalho sem esforço físico, o paciente já pode retornar as atividades normais após três semanas.
De acordo com o ortopedista Maurício de Moraes, este tipo de procedimento registra uma alta taxa de sucesso no Brasil e no mundo. “No nosso meio, o percentual de cirurgias bem sucedidas chega a 92%, principalmente nos casos de hérnias contidas e protusões sintomáticas” – afirma.
O método
A discectomia percutânea consiste no encolhimento da hérnia discal por meio de uma ponteira especial que travessa o anel fibroso e circula o núcleo do disco, retirando a pressão sobre o nervo com eletrotermia (encolhimento por calor).
O aquecimento é controlado por um aparelho que garante calor apenas na região da hérnia, não afetando outras áreas. O acompanhamento médico se dá pela radioscopia, técnica que utiliza um aparelho especial de raio X.
Sem cortes, a entrada da ponteira é feita através da pele e, em 40 minutos, o problema do paciente está acabado. “Como o resultado com a cirurgia fechada percutânea, dentro das indicações precisas, tem sido bom, associado à ausência de cortes (incisões), menor tempo de internação e recuperação relativamente mais rápida, este procedimento tem se mostrado o mais atrativo ao paciente” – completa Moraes.




