Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde no Centro de Referência e Especialização em Sexologia (Cresex) do hospital estadual Pérola Byington aponta que uma em cada cinco mulheres que procuram o serviço não chega ao orgasmo nas relações sexuais.
O estudo, feito com base em 455 atendimentos realizados na unidade entre 2007 e 2008, revelou que 18,2% das pacientes receberam diagnóstico de anorgasmia (falta de orgasmo) e outras 5,2%, de inibição sexual generalizada, ou seja, não sentem desejo sexual, não se excitam durante as relações e não chegam ao orgasmo.
O principal problema das pacientes foi o chamado distúrbio do desejo sexual hipoativo, em que a mulher simplesmente não sente desejo de transar, que respondeu por 48,5% dos atendimentos. O diagnóstico foi de dor no coito em 10% dos casos, dificuldade de penetração em 6,9%, inadequação sexual (insatisfação com o padrão de comportamento sexual da mulher ou do parceiro) em 4,9% e distúrbio de excitação em 2%.
Entre as mulheres atendidas no Cresex a faixa etária prevalente é de 40 a 55 anos, que representou 45% do total, seguida pela de 25 a 39 anos, com 36,4%, e de 20 a 24, com 7,9%. Mulheres acima de 55 anos representaram 7,8% dos atendimentos e menores de 20 anos, 2,9%. A maioria, 60%, era casada, 30% eram solteiras, 3,6% mantinham uniões estáveis, 4% eram divorciadas, 1,1% separadas e 1,3% viúvas.
“A grande maioria dos diagnósticos de distúrbios sexuais é de natureza psicológica, social ou cultural. Somente 13% das pacientes têm problema de natureza orgânica, como alterações hormonais ou distúrbios originados por alguma doença”, afirma a médica e terapeuta sexual Tânia das Graças Mauadie Santana, coordenadora do Cresex.
No Pérola o tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar formada por 20 pessoas, entre médicos, psicólogos e auxiliares de enfermagem. Na maioria dos casos é indicada a reeducação sexual por meio de terapia comportamental. Medicações ou cirurgias só são indicadas quando alguma causa orgânica é identificada.