Três policiais militares, sendo dois deles envolvidos diretamente na cena da morte da menina Ágatha Félix, decidiram colaborar na reprodução simulada do crime, realizada na noite desta terça-feira (1º), no Complexo do Alemão. Inicialmente, foi divulgado pelo diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Antônio Ricardo, que nenhum dos 11 PMs envolvidos, direta ou indiretamente, no caso participaria da reconstituição por orientação de suas defesas.
Porém, três mudaram de ideia e resolveram colaborar. Dois que estiveram diretamente envolvidos na dinâmica da ação foram efetivamente ouvidos durante a reprodução dos fatos, na localidade conhecida como Fazendinha. Eles sustentaram que dois ocupantes de uma moto passaram atirando contra a equipe de policiais, na noite de 20 de setembro, quando houve a troca de tiros que vitimou Ágatha dentro de uma Kombi.
“Dois policiais militares compareceram e prestaram as suas informações. Eles vieram por livre e espontânea vontade. Foram seis civis, testemunhas, e dois PMs, totalizando oito pessoas. Esses dois policiais participaram da ocorrência. Eles estão diretamente relacionados a ela. O laudo pericial, nós pretendemos divulgar em 30 dias, quando vamos chegar à conclusão de acordo com o que foi apurado nesta reprodução simulada”, disse Antônio Ricardo.
A reprodução começou por volta das 18h30 e durou pouco mais de três horas, quando parte de uma das ruas da comunidade ficou bloqueada ao trânsito de veículos e de pedestres, terminando por volta das 22h. A imprensa que cobria a reconstituição foi aconselhada a sair do Complexo do Alemão em grupo, por questão de segurança, um pouco antes do fim dos trabalhos, descendo o morro a pé.
Histórico
A menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, morreu depois de ter sido baleada quando viajava com a mãe, Vanessa Sales, em uma Kombi, na comunidade Fazendinha, no Complexo do Alemão, na noite do dia 20 de setembro.
Ágatha foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento no Alemão, de onde foi transferida para o Hospital Getúlio Vargas, onde chegou a ser operada durante cinco horas, mas não resistiu.
A Polícia Militar diz que houve confronto entre policiais e traficantes. Entretanto, os familiares de Ágatha e o motorista da Kombi afirmam que não houve tiroteio.