Bretas, condenado à aposentadoria compulsória pelo CNJ, fez menção a um versículo bíblico interpretada como ameaça velada; em Jacarta, Lula confirmou que disputará a reeleição aos 80 anos
O ex-juiz Marcelo Bretas, conhecido por sua atuação na Lava Jato no Rio de Janeiro, usou nesta quinta-feira (23) um versículo bíblico em rede social que foi interpretado por analistas como uma ameaça velada de morte ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mesmo dia, durante visita de Estado à Indonésia, Lula confirmou sua candidatura à reeleição, aos 80 anos, em discurso à imprensa em Jacarta.
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Bretas foi condenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) à aposentadoria compulsória, decisão que encerrou sua carreira ativa no Judiciário. Apesar da aposentadoria, o ex-juiz mantém presença ativa nas redes sociais, onde compartilha opiniões políticas e comentários sobre autoridades, incluindo o presidente Lula. O versículo citado por Bretas não mencionou explicitamente o chefe do Executivo, mas especialistas em segurança e direito interpretaram como uma referência indireta, o que gerou alerta sobre o tom de ameaça.

Em Jacarta, Lula reafirmou sua intenção de disputar a reeleição, destacando a importância de seu projeto político e de fortalecer as relações internacionais do Brasil no Sudeste Asiático. Aos 80 anos, o presidente disse que continuará ativo na política nacional e que pretende ampliar a cooperação comercial e estratégica com parceiros internacionais.
A combinação dos dois eventos evidencia a polarização política no Brasil, com figuras públicas do Judiciário e da política se envolvendo em declarações públicas de grande repercussão. A Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou que não comentaria sobre ameaças veladas, mas reforçou a segurança do presidente durante sua viagem internacional.
Especialistas em política e direito apontam que mensagens como a de Bretas podem gerar investigações por possíveis ameaças a chefe de Estado, enquanto reforçam o debate sobre liberdade de expressão e limites de atuação de ex-magistrados em redes sociais.
Quem é o ex-juiz Marcelo Bretas
O ex-juiz federal Marcelo Bretas, conhecido por sua atuação na Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, esteve envolvido em controvérsias relacionadas ao recebimento de auxílio-moradia, benefício destinado a magistrados que não dispõem de residência funcional.
Apesar de residir com sua esposa, Simone Bretas, também juíza federal, e ambos possuírem imóveis próprios, o casal recebeu, em 2018, auxílio-moradia no valor de R$ 4.377,73 cada um, totalizando R$ 8.755,46 mensais. Essa prática contraria uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que veda o pagamento do benefício a casais que coabitem, uma vez que ambos já possuem residência própria.
A situação gerou críticas públicas, sendo considerada por muitos como um exemplo de privilégio indevido. O caso foi amplamente discutido na mídia e nas redes sociais, levantando questões sobre a ética e a moralidade no serviço público. Em resposta às críticas, Bretas defendeu sua postura, afirmando que agiu dentro da legalidade.




