Demanda chinesa impulsiona novos recordes e consolida país como maior exportador mundial da oleaginosa
Por Sandra Venancio
O Brasil deverá atingir um novo recorde nas exportações de soja em 2025, com projeção de 110 milhões de toneladas embarcadas até o fim do ano, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (15) pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). De janeiro a outubro, os embarques já somaram 102,2 milhões de toneladas, superando os volumes totais de 2023 e 2024.
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Em 2023, o país havia exportado 101,3 milhões de toneladas, até então o maior volume da história. No ano seguinte, quando a safra foi afetada por problemas climáticos, as vendas externas caíram para 97,3 milhões de toneladas. O novo salto em 2025 reflete tanto uma safra recorde, estimada em mais de 170 milhões de toneladas, quanto a forte demanda da China, principal compradora do grão brasileiro.
A guerra tarifária entre Pequim e Washington reduziu as compras chinesas dos Estados Unidos e ampliou a dependência do Brasil. Apenas em setembro, a China importou 6,5 milhões de toneladas, o que representa 93% das exportações brasileiras no mês. Na média de 2025, o país asiático respondeu por 79,9% das vendas totais do Brasil, acima da média de 74% registrada entre 2021 e 2024.
Segundo a Anec, a estimativa para outubro é de 7,12 milhões de toneladas exportadas, volume 2,7 milhões acima do registrado no mesmo período do ano passado. A associação calcula que, entre novembro e dezembro, o Brasil deverá embarcar mais 8 milhões de toneladas, consolidando o novo recorde anual.
O desempenho reforça o papel do Brasil como líder global no comércio de soja, ampliando a vantagem sobre os Estados Unidos e fortalecendo sua posição estratégica nas negociações agrícolas internacionais. Especialistas do setor apontam que o desafio agora será melhorar a logística portuária e reduzir custos de transporte interno, fatores considerados essenciais para manter a competitividade nos próximos anos.




