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sexta-feira, outubro 11, 2024

Folha diz que “Marçal está rodeado de suspeitos de envolvimento com o PCC”

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O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos, da Coligação Amor por São Paulo (PSol – Rede – Federação Brasil da Esperança (PT – PCdoB – PV) e PDT), subiu o tom e declarou, em vídeo postado em suas redes sociais, que o candidato Pablo Marçal (PRTB) não só foi preso por integrar uma quadrilha de roubo a bancos como seus aliados têm ligações com o tráfico de drogas.

Os fatos foram contextualizados em matéria da edição desta quarta-feira (28) da Folha de São Paulo com o título “Marçal está rodeado de suspeitos de envolvimento com o PCC”.

Com ajuda de um infográfico, a Folha de São Paulo expôs todas as conexões de membros do partido do ex-coach Pablo Marçal com integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A matéria revelou a existência de uma gravação em que o presidente do partido de Marçal, Leonardo Avalanche, confessa ter vínculo com o PCC, classificado pelo jornal como a maior facção criminosa do país. Em áudio, Avalanche diz que atuou para libertar André do Rap, apontado como chefe do tráfico internacional de drogas dentro do PCC. Rap está foragido.

“Eu sou o cara que soltou André (do Rap). A turma não sei se vai te contar isso, esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima agora a gente vai botar um lugar acima dele esse é o meu dia a dia (…) Eu faço um trabalho bem discreto”, disse Avalanche na matéria da Folha, ao acrescentar que o presidente do PRTB confirmou que o motorista dele é aliado de Francisco Antônio Cesário da Silva, conhecido por Piauí, ex-chefe da facção criminosa na favela de Paraisópolis.

Vínculos evidentes

Aos cinco minutos de um vídeo de 20 minutos publicado em suas redes sociais na noite de segunda-feira (26), Guilherme Boulos abordou os perfis dos dois candidatos representantes de Bolsonaro nas próximas eleições, acentuou os golpes de Marçal e os vínculos de seu entorno com organizações criminosas.

“Nessa eleição tem dois candidatos do bolsonarismo, um deles é Pablo Marçal, bolsonarista típico, da gritaria, da baixaria, da mentira, o cara que inventa fake news sem nenhum escrúpulo, um cara que é bandido – bandido – que tem o chefe do partido dele confessamente ligado ao tráfico, um assessor que foi preso por sequestro, outros caras do partido que trocaram carro de luxo por cocaína, um cara que foi preso condenado a quatro anos e tanto de cadeia porque dava golpe em aposentado, é disso que nós estamos falando, dessa sujeira, desse lamaçal”, sentenciou Boulos.

Folha dá mais detalhes

“O círculo de Avalanche está na mira da polícia. Antigos aliados do presidente do PRTB Tarcísio Escobar de Almeida e Júlio César Pereira, o Gordão, são suspeitos de trocar carros de luxo por cocaína para o PCC, como revelou o jornal O Estado de São Paulo em citação da Folha. Escobar figurou por três dias como presidente estadual do partido em São Paulo no início da gestão de Avalanche. Gordão era sócio de Escobar e participou de eventos da legenda”, prossegue a Folha.

Informação publicada pelo Estadão refere-se ao ex-policial militar Edilson Ricardo da Silva que mantinha contato com o PCC. Ele foi condenado por fornecer informações a criminosos e pertence ao mesmo grupo de Escobar e Gordão, informou o jornal.

Vinculado ao PRTB municipal, Maiquel Santos de Assis foi condenado por extorsão mediante sequestro. Ele estava no palco ao lado de Marçal na convenção do partido, informou a Folha, acrescentando que Maiquel não só consta como vice-presidente do diretório municipal e tem fotos com Marçal como é seguido nas redes sociais pela vice na chapa à prefeitura, a policial Antônia de Jesus.

Pablo Marçal é amigo do influenciador Renato Cariani, que em 2023 foi alvo de investigação e se tornou réu por acusação de envolvimento em esquema de desvio de produtos químicos para a fabricação de cocaína e crack. “A Polícia Federal suspeita que os itens abasteciam a rede do PCC”, publicou a Folha.

Carro de quadrilha para lazer de Marçal

Os vínculos de Marçal com o crime organizado vão se tornando cada vez mais evidentes, conforme matéria do Estadão divulgada último domingo (25). Em 2005, segundo a publicação, Marçal usava carro de quadrilha de banco para momentos de lazer.

“Além de capturar e-mails de vítimas para a quadrilha de furto de contas bancária desmanteladas pela Polícia Federal em 2005 em Goiânia, o hoje candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) usava na época dos golpes carros cedidos pela organização para passear”, diz a abertura da matéria.

Um relatório da PF, que apurou que os valores desviados por Marçal e companhia das contas das vítimas chegavam a R$ 43 mil, cita nominalmente o candidato “ao narrar que um dos integrantes da quadrilha pagava os serviços do jovem Pablo Marçal e permitia que ele usasse os carros do grupo”, escreveu a reportagem do Estadão.

Bolsonarismo em dose dupla

Em outro vídeo de Boulos, repostado pelo jornal O Estado de São Paulo na edição desta quarta-feira (28), a mira do candidato da Coligação Amor por São Paulo alcança “Nunes e Marçal, as duas faces do bolsonarismo”, escreveu ele. Com imagens de balas de revólver, a mensagem do filme de 30 segundos diz que “Bolsonaro conta com duas armas para tomar São Paulo de assalto”.

Ao final, o locutor diz que Ricardo Nunes é conhecido por ter feito contratos com suspeita do superfaturamento e que Marçal é o candidato que já foi preso por fazer parte de uma quadrilha de roubo a bancos. “Escolher um dos dois é entregar São Paulo a Bolsonaro e tudo de ruim que vem com ele. Aqui não!”, conclui o vídeo.

Pablo Marçal foi condenado, em 2010, a quatro anos e cinco meses de reclusão, em regime semiaberto, por furto qualificado. Como o caso prescreveu, ele nunca cumpriu a pena. “A investigação da PF vinculou Marçal que, à época fazia manutenção de computadores, a uma quadrilha de fraude bancária. “Ele seria responsável pela captação de e-mails para os quais seriam enviados spams. Assim, o grupo fisgaria dados das contas das vítimas”, publicou a Folha.

Propostas e derrota do bolsonarismo

No vídeo de 20 minutos publicados nas redes sociais, Boulos detalha ainda a linha de atuação de sua campanha, que mereceu destaque na matéria do Estadão. “A primeira (missão até a eleição) é focar no principal. Vocês sabem que um dos segredos em qualquer manual de eleição é o adversário tentar te tirar do foco, te levar para a narrativa dele. Se você cai, você deixou de falar o importante. Por isso, nos últimos dez dias, com toda a barulheira na internet, eu fui andar por vários bairros de periferia da cidade, falando das nossas propostas”, afirmou o candidato, cujo trecho foi realçado pelo jornal paulista.

Em outra parte deste mesmo vídeo ele diz que a “extrema direita civilizada do bolsonarismo moderado não me convence” e termina afirmando que não permitirá que “um bandido vigarista como Pablo Marçal chegue perto da prefeitura”.

Em mensagem direta ao candidato do PRTB, Boulos disparou: “Marçal é um bandido mentiroso e vou derrotá-lo”, escreveu junto com vídeo em que desafia seu oponente a apresentar provas e finaliza: “Não vai apresentar porque é uma mentira abjeta que ele criou, vou enfrentar as mentiras, não tenho medo”.

Em outras postagens nas redes sociais, Boulos alertou que um dos objetivos da campanha é derrotar a extrema direita e pediu reflexão. “Pablo Marçal é essa face do bolsonarismo mais raiz, mais puro, mais violento, agressivo, bandido, mas existe o bolsonarismo que come de garfo e faca, é o bolsonarismo que tenta botar uma roupa diferente e não é menos perigoso por isso”

Sobre as mentiras contadas por Marçal, Boulos disse que ele se acha acima da lei mas será obrigado a publicar suas resposta nas redes e repostou matéria do jornal O Globo com o título: “Boulos conquista (de novo) direito de resposta em redes de Marçal sobre drogas”.

As redes de Boulos divulgaram também vídeo em que Nunes e Marçal aparecem falando bem de Bolsonaro. “Não se iluda… são duas faces da mesma moeda”, diz a postagem

Sobre as denúncias contra Leonardo Avalanche, presidente do PRTB de Marçal, Boulos questionou se o eleitorado votaria num candidato cujo padrinho político está respondendo a um processo na Justiça Eleitoral por coação, ameaça de morte, fraude e suborno.

Da Redação do PT, com informações da Folha de S. Paulo

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