Para uma seleção com a história e o peso da Argentina, a alegria por certas vitórias pode durar pouco, já que é preciso colocar o resultado rapidamente em perspectiva e analisar o que deu certo ou errado dentro de campo. E esse era justamente o caso após o triunfo da Albiceleste sobre a Bósnia por 2 a 1 em sua estreia na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.
A primeira impressão dos que assistiram de fora foi muito parecida com o balanço feito pelos que estavam dentro: o futebol fluido da seleção de Alejandro Sabella só foi visto em alguns lampejos no segundo tempo, quando o técnico abriu mão do esquema 3-5-2 inicial para retomar o 4-3-3 que tantas alegrias tinha proporcionado durante as eliminatórias. Uma mudança sustentada pelas entradas de Fernando Gago e Gonzalo Higuaín no lugar de Hugo Campagnaro e Maxi Rodríguez.
“No primeiro tempo, demoramos a entrar no ritmo do jogo, apesar de termos saído na frente logo cedo, mas no segundo jogamos melhor”, reconheceu Javier Mascherano ao FIFA.com. “O esquema a que estamos acostumados tem mais a nossa cara. Por que as variantes? O treinador achava que era a melhor maneira de começar a partida, mas também porque tinha que mudar. Foi por isso”, disse o meio-campista, que agora está a um jogo de completar 100 confrontos pela seleção.
Pablo Zabaleta também admitiu que houve uma diferença de rendimento entre os dois tempos, mas acrescentou uma interessante observação tática. “Talvez com o 4-3-3 a equipe tenha melhorado a ligação com os atacantes, ganhado um pouco de posição e atacado com mais jogadores. Quando conseguimos isso, complicamos a vida de qualquer um”, explicou o lateral, que, aos 29 anos, finalmente fez sua estreia em uma Copa do Mundo.